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09/07/2007

Artigo de grupo que estuda leishmaniose é um dos mais acessados de revista

Isis Breves


O artigo científico Skin reactivity to thimerosal and phenol-preserved Montenegro antigen in Brazil, da bióloga Aline Fagundes, do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec), uma unidade da Fiocruz, está na lista dos 25 mais acessados do periódico internacional Acta Tropica, com a 16ª posição no período de janeiro a março de 2007. A Acta Tropica é uma relevante revista científica nas áreas de medicina tropical e parasitologia com conceito qualis A da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).


 Antígeno de Montenegro é aplicado na pele para o diagnóstico de leishmaniose (Foto: Ipec) 

Antígeno de Montenegro é aplicado na pele para o diagnóstico de leishmaniose (Foto: Ipec) 


A pesquisa comprovou que o antígeno de Montenegro, reativo usado para o diagnóstico da leishmaniose tegumentar, obteve 12% de resultados inespecíficos, ou seja, resultados falso positivos. “Por conta deste trabalho, Biomanguinhos – unidade de produção de vacinas da Fiocruz – modificou sua linha de produção do antígeno, substituindo o preservativo thimerosal pelo fenol, com a finalidade de conservar o antígeno livre de contaminação sem interferir no resultado do diagnóstico”, explica Aline.


Segundo a pesquisadora, a possibilidade de induzir uma reação falso-positiva ao teste de Montenegro emergiu do trabalho realizado pela pesquisadora Keyla Marzochi, que observou que as respostas à injeção de thimerosal eram idênticas àquelas induzidas pela aplicação do antígeno de Leishmania. No estudo, dos 331 voluntários que receberam apenas o thimerosal, 41 obtiveram resultados positivos. “Essa pesquisa indica que o composto thimerosal deve ser substituído como um preservativo do antígeno da Leishmania para evitar falsos resultados. O ideal é que sejam feitas pesquisas futuras para produzir antígeno de Montenegro o mais purificado possível, de forma similar ao tuberculínico usado no diagnóstico da tuberculose”, acrescenta Aline.


A leishmaniose é uma doença causada por um protozoário transmitido pelo vetor do gênero Lutzomyia para os animais e para o homem por meio de sua picada. Acomete cães, lobos e roedores silvestres e, mais raramente, os gatos. Há dois tipos da doença: a visceral, que ataca os órgãos internos, e a tegumentar, que ataca as mucosas e a pele. O combate ao vetor é a medida mais eficaz de controle da leishmaniose.

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