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01/06/2007

Aula inaugural dá início a mestrado organizado pela Fundação em Angola


Formar quadros para a futura Escola de Saúde Pública de Angola. Este é o objetivo do primeiro curso de mestrado em saúde pública da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp) da Fiocruz organizado fora do Brasil, que teve início nesta segunda-feira (28/05). A primeira turma do curso é formada por 33 alunos, selecionados por meio de processo seletivo feito em abril. De acordo com a coordenadora do projeto, Joyce Mendes de Andrade Schramm, a iniciativa, que visa à formação de formadores em saúde para a Escola de Saúde Pública de Angola, representa um grande desafio para a Ensp e requer um enorme compromisso institucional e individual: “Esse projeto tem um peso muito grande para a Escola e para a Fiocruz. É um projeto de cooperação sul-sul muito importante, que envolve recursos brasileiros e angolanos e que é estruturante para a saúde pública de Angola. É um projeto audacioso e desafiador”.


 Vista noturna da região central de Luanda, capital de Angola

Vista noturna da região central de Luanda, capital de Angola


Participaram da aula inaugural o diretor da Ensp, Antônio Ivo de Carvalho, a vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz, Maria do Carmo Leal, e os pesquisadores Marina Ferreira de Noronha e Paulo Sabroza, ambos da Escola. Sabroza é o responsável pela primeira disciplina do curso: Saúde pública, história e paradigmas.


Um país em fase de reconstrução


A pesquisadora avalia que o passo dado pela Fiocruz pode dar início a um grande movimento. Segundo ela, muitas instituições estão aguardando os resultados dessa iniciativa para buscar e propor novas parcerias que ampliem e fortaleçam o trabalho. “Temos uma responsabilidade institucional muito grande, que nos obriga a tentar superar as enormes dificuldades que um projeto como esse apresenta: recursos financeiros limitados, distância geográfica – Angola está do outro lado do Atlântico – e diferenças culturais marcantes, entre outras coisas”, diz Joyce, explicando que após o fim do colonialismo e de 30 anos de guerras, que deixaram o país praticamente destruído, Angola está em fase de reconstrução e de reestruturação. “Angola vive um boom econômico brutal, com crescimento de 20% ao ano, mas enfrenta, simultaneamente, enormes problemas sociais. Na saúde o quadro ainda é alarmante: com alto índice de mortes por doenças infecto-contagiosas e um número reduzido de profissionais especializados”.


A aula inaugural representa a consolidação de um processo iniciado há alguns anos, que reuniu a Fiocruz e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e que resultou no projeto de criação da Escola Nacional de Saúde Pública de Angola. As aulas do curso de mestrado – concebido pela Vice-presidência de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz e pela Coordenação de Pós-Graduação da Ensp, a partir do lançamento do Programa de Cooperação Temática em matéria de Ciência e Tecnologia (ProÁfrica), pelo governo, em 2005 – serão ministradas por docentes da Ensp. O curso, com dois anos de duração, está sendo implantado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior e atende as normas de excelência dos atuais programas vigentes na Escola e na Capes. Com o apoio do Instituto de Informação Científica e Tecnológica (Icict) da Fiocruz está sendo implantada uma biblioteca em saúde pública.


Para Joyce, apesar de se tratar de um projeto de ensino presencial, quanto mais recursos de educação a distância forem utilizados melhor será o resultado. “Para atender a essa demanda, o EAD da Ensp está montando uma comunidade virtual especificamente para o mestrado em Angola”, explica Joyce, destacando ainda que o Ministério da Saúde angolano está prevendo a instalação de uma sala de videoconferência na sede da Escola que está sendo construída.


Fonte: Informe Ensp

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