Início do conteúdo

21/03/2016

Aula inaugural debate desigualdade, saúde e projeto nacional

Philippe Matta (VPEIC/Fiocruz)


A Fundação Oswaldo Cruz realizou, no dia 16 de março, a abertura do ano letivo da instituição. Com o tema Desigualdade, Saúde e Projeto Nacional, o evento lotou o auditório do Museu da Vida, no campus da Fundação em Manguinhos, no Rio de Janeiro. “Essa é uma agenda fundamental e que deve ser enfatizada no sentido da preservação da nossa luta em defesa da democracia, direitos sociais e política de Ciência e Tecnologia”, afirmou a vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz, Nísia Trindade Lima. O evento teve como conferencista o pesquisador do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (IE/Unicamp) Eduardo Fagnani, coordenador da rede Plataforma Política Social – Agenda para o Desenvolvimento.

Em sua conferência, Eduardo Fagnani destacou a ausência de um projeto nacional para o Brasil (Foto: Peter Ilicciev / CCS)

O economista deu início a aula mencionando a influência da Fiocruz para sua carreira, e como sentiu-se honrado pelo convite para a abertura do ano letivo da Fundação. Ao relembrar sua infância e formação, fez uma analogia aos dias atuais. “Nunca pensei que, após o fim da ditadura, estaria aqui, hoje, tendo que defender a democracia e a legalidade. E isso mexe com nossas ideias, mas não pode servir como algo paralisante”, disse.

Eduardo Fagnani destacou a ausência de um real projeto nacional para o Brasil, apontando algumas iniciativas de governos anteriores, mas que não tiveram continuidade. Citando dados e estatísticas sobre a desigualdade, principalmente a racial, Eduardo ressaltou a necessidade de se ter um pensamento translacional, abordando como solução uma política em que se abranja diversos setores.

“Se não enfrentarmos as questões exógenas à saúde, ou à educação, ou ao transporte público, entre outros, não conseguiremos andar para frente. É preciso pensar ‘fora da caixa’. Por isso a importância de pensar um projeto nacional e um dos eixos centrais de um projeto de transformação é o enfrentamento das diversas faces da desigualdade brasileira. Há desigualdades históricas ainda presentes no nosso cotidiano e a melhor política social se chama emprego”, afirmou.

Comissão Avaliadora

Na abertura do evento, a vice-presidente da Fiocruz fez uma atualização da agenda do ensino na instituição e ressaltou a importância das aulas inaugurais. Nísia relembrou conquistas alcançadas em 2015, como a aprovação pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Mestrado Profissional em Saúde da Família em Rede Nacional (ProfSaúde). O programa tem o objetivo de formar profissionais que atuam na saúde da família e na atenção básica em todo país, em sintonia com os objetivos do Programa Mais Médicos. A vice-presidente lembrou ainda do aniversário de um ano de lançamento do Portal de Periódicos da Fundação.

Voltar ao topo Voltar