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06/10/2008

Aumenta a lista de ganhadores do Nobel que já visitaram a Fiocruz

Fernanda Marques


A lista de cientistas ganhadores do Prêmio Nobel que já estiveram na Fiocruz acabou de receber dois novos nomes. A figuras célebres que já visitaram a instituição, como Albert Einstein, Nobel de Física de 1921, e Alexander Fleming, Nobel de Medicina de 1945, somam-se agora os franceses Françoise Barre-Sinoussi e Luc Montagnier, que arremataram o Nobel de Medicina de 2008 por terem descoberto o Vírus da Imunodeficiência Humana, o HIV, na sigla em inglês. Cada um ficou com um quarto do prêmio deste ano, anunciado nesta segunda-feira (6/10). A outra metade foi para o alemão Harald zur Hausen, que descobriu o Papiloma Vírus Humano ou HPV, na sigla em inglês.


 Acompanhado pelo ex-vice presidente da Fiocruz Eduardo Martins (à esquerda), Luc Montagnier, atual ganhador do Prêmio Nobel de Medicina, passeia na cobertura do Castelo Mourisco, prédio centenário que é considerado o maior símbolo desta Fundação brasileira de saúde pública 

Acompanhado pelo ex-vice presidente da Fiocruz Eduardo Martins (à esquerda), Luc Montagnier, atual ganhador do Prêmio Nobel de Medicina, passeia na cobertura do Castelo Mourisco, prédio centenário que é considerado o maior símbolo desta Fundação brasileira de saúde pública 



    

Françoise Barre-Sinoussi e Luc Montagnier trabalhavam no Instituto Pasteur, em Paris, quando descobriram o HIV. Ela ainda atua nesse Instituto, onde está à frente da Unidade de Regulação de Infecções Retrovirais do Departamento de Virologia. Ele, atualmente, é diretor da Fundação Mundial para Pesquisa e Prevenção em Aids. Em 1992, ambos participaram, no Rio de Janeiro, do Colóquio Fiocruz/Pasteur. Até hoje o Instituto Pasteur se destaca entre os principais parceiros internacionais da Fiocruz.


Esta Fundação brasileira de saúde pública tem os projetos em DST/Aids como uma de suas mais importantes linhas de pesquisa, que renderam, em 2007, cerca 80 publicações em revistas indexadas, além do recente anúncio de três substâncias candidatas ao desenvolvimento do primeiro anti-retroviral nacional. O tema da Aids, no entanto, tem tido destaque na instituição desde o início da epidemia. Se, entre 1983 e 1984, descobriram o HIV na França, poucos anos depois, em 1987, o vírus foi isolado pela primeira vez no Brasil, graças aos esforços de pesquisadores da Fiocruz, chefiados por Bernardo Galvão.


De acordo com o site oficial da Fundação Nobel, “a descoberta de Barre-Sinoussi e Montagnier levou ao desenvolvimento de métodos para diagnosticar pacientes infectados e rastrear produtos derivados do sangue, o que limitou a disseminação da pandemia”. O site acrescenta que os desdobramentos dessa descoberta incluem, ainda, o desenvolvimento sem precedentes de várias classes de novas drogas anti-retrovirais, assim como os atuais estudos para a criação de uma futura vacina contra a Aids. “Nunca antes a ciência e a medicina foram tão rápidas para descobrir, identificar a origem e fornecer tratamento para um novo agente de doença”, diz a Fundação Nobel.

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