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15/07/2015

Biblioteca de Manguinhos completa 115 anos de história

Cristiane d'Avila / Ascom Icict


Em 5 de agosto próximo, a Biblioteca de Manguinhos completará 115 anos. A data, escolhida em homenagem ao aniversário de nascimento de Oswaldo Cruz, celebra também esse mais de um século de história, em que o pequeno acervo organizado no castelo em estilo neomourisco cresceu em volume de livros, revistas e obras raras sobre temas relativos à biologia, química, parasitologia, medicina experimental, bacteriologia, entre outros ramos científicos somados posteriormente. Antes mesmo da efetiva inauguração do prédio, em 1918, a biblioteca já funcionava em um barracão para leitura de revistas científicas e reunião de pesquisadores do Instituto Soroterápico Federal (posteriormente Instituto Oswaldo Cruz, hoje Fiocruz).

 

 

“A partir de um pequeno núcleo de livros existente no Instituto Soroterápico Federal seu sonho (de Oswaldo Cruz) tornou-se real e cresceu, principalmente no período em que esteve na direção do Instituto, entre 1902 e 1916. Com a entrada dele na Direção da Saúde Pública, novas possibilidades surgiram para o Instituto através da liberação de verbas, possibilitando a construção de novos pavilhões, assim como a compra de material e a contratação de pessoal”, explica o chefe da biblioteca do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz), Alexandre Medeiros, na dissertação de mestrado “Estudo de uma experiência de fluxo informacional científico no instituto oswaldo cruz: a 'mesa das quartas-feiras'”, defendida no Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), em 2006.

De acordo com a pesquisa de Medeiros, em 1909 Oswaldo Cruz convidou Assuerus Hyppolitus Overmeer – um experiente livreiro holandês que trabalhava em Amsterdã – para dirigir a Biblioteca. O trabalho de Overmeer ajudou a consolidar a Biblioteca como uma das mais primordiais fontes de informação científica no Brasil. “Todo o valor que a Biblioteca desenvolveu nesta fase é muito em conseqüência direta da vontade pessoal de Oswaldo Cruz. Com uma visão de homem excepcional, de fornecer aos pesquisadores do Instituto fontes de consulta e elementos de desenvolvimento intelectual e científico, ele nutriu um inegável apego às questões mais intrínsecas ligadas a Biblioteca”, avalia o pesquisador.

Anos antes, porém, em 1903, Oswaldo Cruz já havia planejado as futuras instalações definitivas do Instituto. “Ele próprio desenhou os primeiros croquis de como deveria ser o prédio principal. Para executar seu plano, convidou o arquiteto português Luiz de Moraes Júnior e juntos estudaram o esboço de um conjunto arquitetônico onde naturalmente se destacava o prédio principal, que abrigaria a administração, a biblioteca, o museu e os laboratórios do Instituto”, acrescenta Medeiros em sua dissertação.  

Em 1912 foi instalada a biblioteca propriamente dita, que é uma armação de aço, à prova de fogo e insetos, com 9 metros de altura, 12 de comprimento e 4 de largura, e com capacidade para 80.000 volumes. Divide-se em 4 pequenos andares, interligados por duas escadas em espiral. Cada andar possui seções transversais independentes, isoladas por portas e equipadas com prateleiras removíveis. Toda a estrutura circundada por varandas.

Em 1981, pelo crescimento do acervo, os periódicos correntes e os livros de referência foram transferidos para o prédio do Instituto Nacional de Controle da Qualidade em Saúde, no campus da Fiocruz. Em 1986, com a criação do Centro de Informação Científica e Tecnológica (hoje Icict), a Biblioteca de Manguinhos passou a compor sua atual estrutura, marcando uma nova etapa em sua trajetória. Finalmente, em 2 de agosto de 1995, foi inaugurado o novo prédio da Biblioteca de Manguinhos, com 5.600 metros quadrados de área útil.

Saiba mais sobre a história e a coleção da Biblioteca.

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