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16/03/2016

Bio-Manguinhos esclarece como é feita distribuição de produtos

Gabriella Ponte (Bio-Manguinhos/Fiocruz)


Atender às demandas do Ministério da Saúde (MS), que são passadas ao Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), otimizando os processos, considerando sempre as variáveis de criticidade, economicidade, volume e valor do produto. Este é o desafio diário do Departamento de Relações com o Mercado (Derem) e Departamento de Logística (Delog), através da Divisão Comercial (Dicom) e da Divisão de Armazenagem e Movimentação de Materiais e Produtos Acabados (Dimoa), respectivamente.

É compromisso da Dimoa atender a cadeia de frio, mitigar a possibilidade de sinistros, garantir a confiabilidade da entrega do produto no prazo estabelecido, sempre em conformidade com os padrões de Boas Práticas de Armazenagem e Distribuição de Medicamentos e de Produtos para Saúde/Correlatos. “Para garantir que tudo dê certo, há o monitoramento de todo o transporte por meio de sistema de rastreamento fornecido pelo transportador contratado, onde é registrado cada atividade do percurso. Isso ocorre com qualquer demanda, seja para vacinas, biofármacos e testes de diagnóstico”, detalhou o chefe da Dimoa, Michael Paisante de Oliveira.

Para cada linha de produto, há um caminho diferente a percorrer. Conheça cada um deles:

Vacinas

Quando se trata de entrega de vacinas no âmbito nacional, Bio-Manguinhos/Fiocruz é responsável pelo envio dos frascos até a Central Nacional de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos (Cenadi). Assim que as vacinas estão liberadas para distribuição, são devidamente embaladas e armazenadas na temperatura validada pela cadeia de frio, a fim de garantir a qualidade do produto no decorrer do transporte. Além da sede do órgão, que fica no bairro do Rocha, no Rio de Janeiro, a Cenadi conta com três centrais de armazenamento, localizadas em Irajá, Del Castilho e São Cristóvão.

A partir da Central, passa a ser de responsabilidade da Coordenação do Programa Nacional de Imunizações (CGPNI/SVS/MS) a remessa para cada Estado até chegar nas mais de 40 mil Unidades Básica de Saúde (UBS) de todo o país, sendo o gerenciamento dos estoques e o planejamento dos quantitativos enviados para cada localidade definidos pela própria CGPNI.

Bio é responsável pelo envio dos frascos de vacinas até a Cenadi (foto: Ascom Bio-Manguinhos)

 

Quando o Instituto exporta vacinas, em especial a de febre amarela, conforme compromissos estabelecidos junto às Agências das Nações Unidas, Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização Pan-americana da Saúde (Opas) e Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a vacina é armazenada em caixas de embarque específicas para o mercado internacional, validadas para manter a temperatura por mais de seis dias.

O quantitativo é transportado por via aérea até os países designados e Bio-Manguinhos/Fiocruz é responsável pela carga até o desembaraço aduaneiro ou no aeroporto internacional do Rio de Janeiro ou no aeroporto de destino, dependendo do acordo realizado. Cabe ao governo do país atendido, distribuir conforme a necessidade da população local. Desde 2001, mais de 70 países já se beneficiaram desses imunizantes, com cerca de 155 milhões de doses das duas vacinas.
 

Biofármacos

A dinâmica de entrega dos biofármacos é bem diferente das vacinas. Bio-Manguinhos/Fiocruz é responsável por distribuir os medicamentos até as Secretarias Estaduais de Saúde (SES) em todo o país, de acordo com a demanda definida pelo Departamento Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos (DAF/SCTIE/MS). A logística de transporte começa com o agendamento da entrega com cada estado e pode ser feita utilizando rotas terrestres ou aéreas, dependendo do tempo, volume, destino e custo.

“A exceção ocorre com o biofármaco infliximabe, cujo fornecimento começou em janeiro de 2015. O produto, que é indicado no tratamento de pacientes com doenças autoimunes, como a doença de Crohn, tem sua distribuição realizada pela Companhia Brasileira de Biotecnologia Farmacêutica (Bionovis), empresa parceira de Bio-Manguinhos”, contou Aline.

O grande volume de produtos que Bio produz e distribui anualmente requer planejamento e logística para atender toda a população de forma rápida e eficaz (foto: Bernardo Portella, Ascom Bio-Manguinhos)

 

Testes de diagnóstico

O Instituto é um dos principais produtores e fornecedores de kits de reativos para diagnóstico para os laboratórios vinculados à Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), que gerencia os programas de controle de endemias e agravos do Ministério da Saúde. A rede de laboratórios - coordenada pela Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública (CGLAB/SVS) - envolve, principalmente, os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen), os laboratórios vinculados às Coordenações Regionais da SVS e os Laboratórios de Referência Nacional. Para que os testes cheguem até esses laboratórios, Bio transporta estes insumos até a Cenadi e, a partir de lá, ocorre o envio para todo o país, pelo MS.

“Os que estão diretamente ligados ao Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, nós encaminhamos ao centro de armazenagem em Brasília, de onde o MS envia para todo o país, conforme demanda”, ressaltou Aline. O kit NAT HIV/HCV/HBV tem uma logística diferenciada para atender toda a hemorrede brasileira, composta por 14 hemocentros públicos, com a capacidade de analisar 2,4 milhões de bolsas de sangue. “Neste caso, a demanda é definida pela Coordenação de Sangue e Hemoderivados/SAS/MS e o produto entregue diretamente aos hemocentros por Bio-Manguinhos”, completou.

Rapidez e eficiência

O grande volume de produtos que Bio-Manguinhos/Fiocruz produz e distribui anualmente (só em 2015, foi um total de 78 milhões de doses de vacinas, 7,8 milhões de reações de diagnóstico e 11,2 milhões de frascos de biofármacos) requer planejamento e logística para atender toda a população de forma rápida e eficaz.

“Nós temos conseguido entregar nossos produtos no máximo em três dias, em qualquer lugar do país. Mesmo quando o produto está em um trecho cujo transporte não é diretamente feito por nós, monitoramos a rota. E, quando há avaria de carga, o produto retorna imediatamente para Bio-Manguinhos, que investiga o porquê do incidente. Quando a temperatura não está dentro do padrão ou algum frasco quebra, nós repomos em seguida, mantendo o pleno funcionamento da cadeia logística”, conclui Michael.

E Bio-Manguinhos está sempre trabalhando para melhorar este fluxo. A Frente de Transformação Logística realizou um trabalho de dois anos mapeando e propondo melhorias nos processos da cadeia de suprimentos, como a implantação do sistema de código de barras. Entre as melhorias, estão: planejamento, cadastro, compras, armazenamento, distribuição e transporte, exportação, logística reversa, gestão de contrato e gestão de fornecedores. Este novo modelo de operação iniciou implantação em 2015. Estas mudanças proporcionarão maior eficiência; melhorias contínuas no processo; otimização dos custos de operação logística; informações gerenciais e indicadores de desempenho gerados de forma mais automática do que era anteriormente.

Na Fiocruz

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