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27/11/2009

BNDES e Fiocruz firmam acordo para desenvolvimento em saúde


Os presidentes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, e da Fiocruz, Paulo Gadelha, assinam na segunda-feira (30/11), ao meio-dia, na Biblioteca do Castelo de Manguinhos, no Rio de Janeiro, um termo de compromisso que consolidará a parceria entre as duas instituições e que envolve áreas estratégicas como a produção de fármacos, novas vacinas e medicamentos fitoterápicos. "Essa parceria é uma ação político-estratégica que tem por meta o fortalecimento do Complexo Industrial da Saúde e que incentivará investimentos internos, como a Rede Nacional de Inovação, as cadeias produtivas ligadas ao campo da saúde, os parques tecnológicos e a área de serviços, mantendo um forte viés regional para incentivar o desenvolvimento nacional”, afirma o vice-presidente de Produção e Inovação Tecnológica em Saúde da Fiocruz, Carlos Gadelha.  Esse termo de cooperação é visto também como um instrumento para produzir avaliações da pertinência dos projetos e futuros estudos de viabilidade para decisão do BNDES.


 

 A parceria permitirá consolidar a pauta estratégica da Fundação no campo da infraestrutura tecnológica. Acima, produção da vacina contra meningite em Biomanguinhos/Fiocruz (Foto: Peter Ilicciev)

A parceria permitirá consolidar a pauta estratégica da Fundação no campo da infraestrutura tecnológica. Acima, produção da vacina contra meningite em Biomanguinhos/Fiocruz (Foto: Peter Ilicciev)


As áreas contempladas no documento que será firmado entre o BNDES e a Fiocruz serão a articulação para o desenvolvimento do sistema de inovação e do complexo industrial da saúde; a definição de ações concretas integradas em projetos prioritários e a interação das equipes das instituições, reunindo as áreas econômica, social e tecnológica; e a elaboração de projetos de inovação e produção. O BNDES também será parceiro da Fiocruz, apoiando-a na busca de alternativas de desenhos organizacionais jurídicos que permitam a ampliação de financiamento para a produção e a inovação em saúde.

 

A parceria permitirá consolidar a pauta estratégica da Fundação no campo da infraestrutura tecnológica, englobando o Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz), em construção no campus de Manguinhos, no Rio de Janeiro, e que servirá de elo entre pesquisa científica e inovação; o Centro Integrado de Protótipos, Biofármacos e Reativos para Diagnóstico (CIPBR) do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Biomanguinhos/Fiocruz); a infraestrutura de desenvolvimento tecnológico vinculado ao projeto de insulina do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz); e a produção de novas vacinas, fármacos e reativos para diagnóstico, envolvendo o conjunto da Fundação e permitindo dar um salto no Complexo Industrial e no Sistema de Inovação em Saúde da Fiocruz e do país. Além disto, o desenvolvimento sustentável terá grande prioridade, envolvendo o trabalho com a biodiversidade, inclusive da Mata Atlântica – no campus de Jacarepaguá da Fiocruz –, elaborando medicamentos fitoterápicos.

 

“Vamos pactuar uma aliança que permitirá ao Estado brasileiro a construção e o fortalecimento de uma política de longo prazo de desenvolvimento em saúde”, explica Paulo Gadelha. Um dos compromissos da gestão 2009-2012 da Fiocruz é fortalecer a liderança da Fundação entre as instituições do Estado brasileiro responsáveis pela formulação e implementação das políticas nacionais de desenvolvimento que atualmente destacam o campo da saúde como estratégico e prioritário.

 

Em reunião na sede do banco, a Presidência da Fiocruz apresentou as concepções dos processos de inovação da instituição. Carlos Gadelha, detalhou a estratégia da Fundação na área e apresentou um portfólio inicial de projetos. O acordo tornará possíveis novas oportunidades para a captação permanente de recursos reembolsáveis e não-reembolsáveis. Os prazos de financiamento serão mais longos, com taxas melhores. Os recursos também serão usados na construção da planta de pneumococos, da planta de insulina, em novos investimentos no Instituto Carlos Chagas (ICC/Fiocruz), em Curitiba, e no desenvolvimento sustentável, entre outros projetos.

 

No encontro, Luciano Coutinho afirmou que “a Fundação é uma instituição diferenciada, portanto, precisa de tratamento diferenciado para, junto com o BNDES, dar sustentação aos projetos prioritários do desenvolvimento nacional em saúde”. A Fiocruz arrecada, anualmente, R$ 800 milhões com a venda de vacinas, medicamentos, reagentes e insumos em saúde. O banco está entre as maiores instituições de fomento do mundo e no ano passado investiu R$ 91 bilhões na economia brasileira, devendo alcançar mais de R$ 100 bilhões neste exercício.


Centro Integrado de Protótipos, Biofármacos e Reativos para Diagnósticos

O Centro Integrado de Protótipos, Biofármacos e Reativos para Diagnósticos (CIPBR) de Biomanguinhos/Fiocruz será a mais moderna planta de protótipos do país. Além de produzir biofármacos (alfaepoetina humana recombinante, o antiviral alfainterferona 2b humano recombinante e o interferon peguilado) e reativos para diagnóstico de diferentes doenças, o novo centro terá papel estratégico no desenvolvimento destes e outros imunobiológicos, como vacinas virais e bacterianas.


Instituto Carlos Chagas

A Planta de Insumos para Diagnósticos em Saúde é fruto de um consórcio tecnológico entre o Instituto Carlos Chagas (ICC/Fiocruz), Biomanguinhos, a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) e o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar). A planta produzirá insumos para kits brasileiros NAT HIV/HCV, teste molecular para detecção dos vírus da Aids e da hepatite C.

 

Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde

O Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz) integrará pesquisa, desenvolvimento tecnológico e produção e funcionará no campus de Manguinhos, no Rio de Janeiro. A previsão é que a obra esteja concluída até o fim de 2010. Nesse novo espaço da Fundação serão desenvolvidas atividades visando, sobretudo, abordagens inovadoras para a prevenção e/ou tratamento de doenças negligenciadas e para os problemas de saúde pública que sejam de relevância epidemiológica para o Brasil.


O CDTS terá como finalidade principal dotar o país de capacidade para o desenvolvimento de novas tecnologias, bens e insumos de saúde (como vacinas, medicamentos, testes para diagnóstico), estabelecendo colaborações e parcerias com os setores público e privado para atender às necessidades de saúde da população e ao aprimoramento ou à execução de programas nacionais. O CDTS também buscará a redução da dependência tecnológica externa, repercutindo na diminuição do déficit comercial para os produtos da saúde. Entre as áreas que serão trabalhadas no futuro centro, estão as coleções biológicas e as plataformas de pesquisa e de desenvolvimento tecnológico, incluindo genômica, proteômica, bioinformática, toxicologia, produção e purificação de proteínas recombinantes e anticorpos monoclonais.


Farmanguinhos

O intercâmbio tecnológico firmado com o Instituto Indar, da Ucrânia, vai permitir que o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) produza 50 milhões de doses de insulina humana por ano, a partir de 2010. Atualmente, o Brasil importa 170 milhões de doses do medicamento, dedicado ao tratamento da diabete. A tecnologia da produção será a da insulina recombinante, que gera um produto final mais barato.


Publicado em 27/11/2009.

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