Agência Fiocruz de Notícias

A importância de notificar os agravos em fonoaudiologia é o principal tema da segunda edição do boletim Fonoaudiologia na Saúde do Trabalhador, desenvolvido pelas fonoaudiólogas Márcia Soalheiro e Lucelaine Rocha, do Serviço de Audiologia da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), e Cláudia D'Oliveira e Fernanda Torres, do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador do Estado do Rio de Janeiro (Cerest). A publicação informa sobre como realizar o passo a passo da notificação, quem pode fazê-la e como funciona o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). O boletim é quadrimestral e pode ser acessado na Biblioteca Multimídia da Ensp.

O Sinan é um sistema alimentado não só pela notificação e investigação de casos de doenças e agravos, que constam da lista nacional de doenças de notificação compulsória (Portaria GM/MS nº 5/06), como também pela lista de doenças relacionadas ao trabalho, que constam na Portaria GM/MS nº 777/04. Portanto, trata-se de um instrumento relevante para auxiliar o planejamento da saúde, definir prioridades de intervenção, além de permitir que seja avaliado o impacto das intervenções.

De acordo com a coordenadora do Serviço de Audiologia da Ensp, Márcia Soalheiro, até bem pouco tempo não se falava em notificação de agravos em fonoaudiologia. No entanto, atualmente, já é possível notificar os casos de perda auditiva induzida por ruído (Pair) e disfonia. "O Guia de Vigilância Epidemiológica do MS alerta que é dever de todo profissional de saúde da rede pública, conveniada ou privada, comunicar à autoridade sanitária mais próxima todos os casos suspeitos de doenças de notificação compulsória que compõem a lista brasileira, independente de sua confirmação diagnóstica, bem como as que foram acrescentadas nos âmbitos estaduais e municipais".

Os boletins são quadrimestrais e são publicados de forma impressa e digital, e ficarão disponíveis na Biblioteca Multimídia da Ensp. Suas edições apresentam dicas, aspectos da capacitação do trabalhador e dos profissionais da saúde, além de fatores sobre o que é a perda auditiva, a legislação, as categorias profissionais mais atingidas, os sinais de alerta, como procurar ajuda e outras questões. A linguagem é de fácil entendimento para que todos incorporem a questão e entendam a importância da audição para a comunicação humana. A versão impressa pode ser encontrada no Conselho Regional de Fonoaudiologia, no Sindicato dos Fonoaudiólogos e nos Cerests estadual e municipais.

Publicado em 24/6/2010.