Início do conteúdo

18/11/2010

Brasil ganha mapa da diversidade genética de leishmanias

João Paulo Soldati


Detectar a variação e a distribuição genética das espécies do gênero Leishmania no Brasil, para gerar informações necessárias no rastreamento, na identificação e na vigilância da doença foi o objetivo da pesquisa apresentada pelo Laboratório de Pesquisas em Leishmanioses do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em evento científico recente na Holanda. As espécies do gênero leishmania causam diversas formas da leishmaniose, incluindo cutânea, mucocutânea e visceral. A pesquisa científica analisou a sequência de DNA de quatro genes a partir de 97 isolados de leishmania de oito espécies do subgênero L. (Viannia) de diversas regiões do Brasil e também de outros países das Américas.


 Mariana explica que os resultados do projeto, somados a dados ecoepidemiológicos, permitirão buscar correlações entre genótipos e regiões específicas (Foto: Guto Brito) 

Mariana explica que os resultados do projeto, somados a dados ecoepidemiológicos, permitirão buscar correlações entre genótipos e regiões específicas (Foto: Guto Brito) 


O estudo foi desenvolvido por Mariana Côrtes Boité, que desenvolve o estudo como seu projeto de doutorado no Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular. Boité e a equipe de pesquisadores têm motivos de sobra para comemorar. O laboratório do IOC foi reconhecido internacionalmente com um trabalho vencedor na 10ª Conferência sobre Epidemiologia Molecular e Evolução Genética de Doenças Infecciosas (Meegid - sigla em inglês de Molecular Epidemiology and Evolutionary Genetics of Infectious Diseases Conference), realizada de 3 a 5 de novembro. A pesquisadora viajou a Amsterdã para apresentar o trabalho, que foi premiado na categoria Melhor Comunicação Oral de Estudante.


“Nosso trabalho busca contribuir para a compreensão do padrão de distribuição da diversidade genética do parasita no território brasileiro, numa dimensão ecológica e geográfica”, afirma Boité. “Os resultados do projeto, somados a dados ecoepidemiológicos, permitirão buscar correlações entre genótipos e regiões específicas”, explica. Os dados poderão ser associados ao desenvolvimento clínico da doença, contribuindo para o aperfeiçoamento das medidas de controle.


“Fiquei muito feliz e emocionada por ter nosso trabalho reconhecido. Me senti orgulhosa por representar o IOC em uma conferência de impacto internacional como este”, comemora. “O Meegid é um evento que apresenta um público diversificado, envolvendo bacteriologistas, virologistas e parasitologistas, o que o torna muito enriquecedor”, completa.


O projeto foi resultado de colaboração entre o Laboratório de Pesquisa em Leishmaniose do IOC, a Coleção de Leishmanias do Instituto, a London School of Hygiene and Tropical Medicine (LSHTM) e o Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, ligado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA).


Para outras informações sobre a conferência internacional, clique aqui.


Publicado em 16/11/2010.

Voltar ao topo Voltar