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03/08/2011

Brasil instala primeiro banco de leite humano em Cabo Verde

Débora Pinheiro/Agência Saúde


O Brasil inaugurou na segunda-feira (1º/8) o primeiro banco de leite humano de Cabo Verde. “A Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano mais uma vez rompeu fronteiras. Chegou à África em 2008 e atua em três países: Moçambique, Angola e agora Cabo Verde”, lembrou o coordenador da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (BLH), João Aprigio de Almeida. Para marcar a inauguração, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, fez um pronunciamento para os 23 países que integram a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, na abertura da Semana Mundial de Amamentação, no Rio de Janeiro. As tecnologias da Rede BLH foram desenvolvidas pelo Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz).


 Composta por 201 bancos de leite em operação e 15 em fase de implantação, a Rede BLH é a maior e mais complexa do mundo 

Composta por 201 bancos de leite em operação e 15 em fase de implantação, a Rede BLH é a maior e mais complexa do mundo 


Padilha lançou, na mesma ocasião, o projeto Tel@ rBLH (Telessaúde), que visa ampliar o intercâmbio do conhecimento e a transferência de tecnologia no âmbito de atuação da rede de bancos de leite humano e de suas respectivas interfaces no campo da saúde da mulher e da criança. O coordenador da Rede BLH avalia que a ação coordenada, a pesquisa, o desenvolvimento tecnológico e um efetivo sistema de gestão do trabalho em rede são os mais importantes elementos de sustentação para a expansão e consolidação dessa rede.


“A Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) projetou um incremento populacional de 19,4%, entre 2005 e 2020. Esta expansão representa uma expectativa de cerca de 11,6 milhões de nascimentos no período. Nesse contexto, o aleitamento materno se configura como uma ação estratégica no que tange a reversão dos índices de morbidade e mortalidade infantil que persistem na região”, explica Almeida.


O coordenador da Rede BLH salienta que se trata de uma iniciativa pioneira, que muito contribuirá para que o Rede Cegonha alcance seus objetivos em termos de qualificação da atenção neonatal em termos de segurança alimentar e nutricional. Almeida explica ainda que o diferencial da iniciativa brasileira está no fato de o Sistema Único de Saúde tratar o leite como um alimento funcional e selecionar diferentes tipos de leite para atender a necessidades específicas dos bebês. “Além disso, não tratamos o leite materno apenas como uma secreção. Nós também visamos apoiar o aleitamento”, resume.


Composta por 201 bancos de leite em operação e 15 em fase de implantação, a Rede BLH é a maior e mais complexa do mundo. Por ano, cerca de 150 mil litros de leite humano pasteurizado com qualidade certificada são distribuídos a mais de 135 mil recém-nascidos internados em unidades de terapia intensiva ou semi-intensiva, envolvendo a participação de 115 mil mães que integram voluntariamente o programa de doação. Além disso, a cada ano mais de 1,35 milhão de mulheres, gestantes e nutrizes, recorrem aos Bancos de Leite Humano em busca de apoio assistencial para amamentar diretamente seus filhos.


“Dado o reconhecimento mundial da iniciativa brasileira, os bancos de leite passaram a figurar na nossa agenda de cooperação internacional e o Brasil assumiu a liderança nessa área, exportando um conjunto de tecnologias com custo baixíssimo, mas que beneficia mais de 173 mil recém-nascidos abaixo do peso”, observa Almeida. Saiba mais aqui sobre a Rede Brasileira de Banco de Leite Humano. E aqui sobre o Programa Iberoamericano de Bancos de Leite Humano, coordenado pelo Brasil


Publicado em 2/8/2011.

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