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27/04/2010

Brasileiros descobrem com imigrantes europeus os banhos de mar curativos


Os banhos de águas termais e marinhas ainda hoje mantêm suas funções medicinais de origem e, em meados do século 19, passaram a integrar o lazer da burguesia em nosso país. No Rio Grande do Sul, imigrantes e descendentes de alemães começaram a investir nesta modalidade de turismo, com objetivos curativos e revigorantes. Entre os empresários estavam os médicos, que também aderiram aos banhos. Essas são algumas informações de Silvio Marcus de Souza Correa, autor do artigo que ilustra a capa de História, Ciências, Saúde – Manguinhos de janeiro/março (volume 17, nº 1).

 

 

As fontes consultadas pelo historiador da Universidade Federal de Santa Catarina mostram que as primeiras praias balneárias foram as do sul. O artigo menciona o Hotel da Saúde, no Rio Grande, fundado em 1888, na Praia de Tramandaí. A referência mais remota a uma veranista foi encontrada na revista Gaivota, de 1942, que falava sobre a morte de Cristiana Schneiders, frequentadora da praia de Cidreira com a família, desde 1866. Os banhos termais e de mar e os passeios na orla marítima também são cenários de romances, como O crime do padre amaro, de Eça de Queiroz, e de várias passagens das histórias de José de Alencar. 

Nesta edição da revista há outros nove artigos inéditos de colaboradores de várias instituições brasileiras e de países da América do Sul e Europa, que tratam de temas diversificados como esporte, medicina e arte; toxicidade e a produção de maçãs no sul do Brasil; os caminhos da alfabetização. Há também a reprodução de manuscrito inédito do naturalista Manuel Ferreira da Câmara, de 1796, em que ele fala sobre a extração de minério do Principado da Transilvânia, além de nota de pesquisa sobre educação sanitária em Minas Gerais no início do século 20 e de diversas resenhas de livros lançados recentemente.

História, Ciências, Saúde — Manguinhos, uma publicação da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) tem seus artigos indexados nas bases de dados da Thomsom Reuters (Arts and Humanities Citation Index), Medline e Scopus, e tem versão digital com textos completos e de acesso gratuito, no portal de periódicos científicos SciELO. É pontuada com a nota máxima em história e educação pelo sistema Qualis de avaliação da Capes. Circula a cada três meses com artigos originais em português, inglês e espanhol.

Publicado em 26/4/2010.

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