Início do conteúdo

25/10/2007

Butantan e Fiocruz buscam autonomia na produção de vacina contra o rotavírus


O Brasil começará a produzir em breve a vacina contra o rotavírus (responsável por cerca de 30% das diarréias graves em crianças até 5 anos), rompendo a dependência existente hoje para a aquisição deste imunobiológico. Para isso, mais uma etapa foi vencida nesta segunda-feira (22/10), com a assinatura de um protocolo de intenções para a produção nacional da vacina. Esse protocolo foi assinado por representantes do Ministério da Saúde (MS), da Fundação Butantan e do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Biomanguinhos) da Fiocruz.


 Imagem estilizada de rotavírus (Arte: Universidade Brown)

Imagem estilizada de rotavírus (Arte: Universidade Brown)


O Brasil foi o primeiro país do mundo a oferecer, a partir de março de 2006, a vacina contra o rotavírus na rede pública. A inclusão dessa vacina no Programa Nacional de Imunização (PNI) buscou evitar cerca de 850 mortes entre crianças menores de 5 anos. A redução corresponde a 34% do total de óbitos por gastroenterite infecciosa em menores de 5 anos, de acordo com estudos sobre o uso da vacina em crianças. Isso significa menos de 44.469 atendimentos nas unidades de saúde. A vacina, que, na rede privada chega a custar R$ 200 a dose, é hoje ministrada em duas doses, uma aos dois meses, e outra aos quatro meses de idade, junto com as demais vacinas preconizadas no calendário.


Biomanguinhos e Butantan, segundo o Ministério da Saúde, apresentam capacidade comprovada para produção de vacinas e  atendimento da demanda do PNI.  Por tratar-se de assunto de extrema relevância e pelo conhecimento dos riscos de desenvolvimento de uma nova vacina, o Ministério da Saúde adotou uma estratégia diferenciada, que permite estimular a produção nacional da vacina contra rotavírus por meio de duas rotas de desenvolvimento: uma por via de transferência de tecnologia e outra apoiando o desenvolvimento interno de rota alternativa.


No contexto nacional, nos últimos cinco anos, a cobertura de vacinação do calendário básico, é elevada, alcançando, e até superando, as metas mínimas preconizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). As campanhas nacionais de vacinação contra poliomielite, por exemplo, mantém coberturas iguais ou maiores que 95%. Alguns outros exemplos de bons resultados obtidos pelo SUS na vacinação das crianças estão nas coberturas alcançadas, sendo de cerca de 90% para a hepatite B, 100% para a BCG, que protege contra formas graves de tuberculose, e acima de 95% para a tetravalente.

Voltar ao topo Voltar