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08/10/2012

Campanha de doação de leite humano é lançada no Instituto Fernandes Figueira

Ricardo Valverde


Com o objetivo de sensibilizar e mobilizar as mulheres de todo país, o Ministério da Saúde (MS) lançou na quinta-feira (4/10) a Campanha de Doação de Leite Humano 2012. O lançamento ocorreu no Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) e contou com a participação do ministro Alexandre Padilha, do secretário municipal de Saúde, Hans Dohmann, do presidente da Fundação, Paulo Gadelha, do diretor do instituto, Carlos Maciel, e da atriz Maria Paula, que é a madrinha da campanha. Maria Paula disse que “muitas mulheres nem sabem que podem salvar a vida de tantos bebês ao doar seu leite. Acho que essa informação é fundamental. Quando a mulher sabe que pode ajudar, ela ajuda. E é para isso que eu estou aqui. Espero que a campanha conscientize as mulheres da importância de ser generoso e solidário,” completou. Ela afirmou também que a atuação do MS e da Fiocruz na área a enche de orgulho e faz a diferença, já que permite que hoje o Brasil leve a outros países a tecnologia utilizada nos bancos de leite nacionais. “Leite é como amor. Quanto mais a gente dá, mais produz”, afirmou a atriz.


 A atriz Maria Paula, o ministro Alexandre Padilha, o presidente da Fundação, Paulo Gadelha, o diretor do IFF, Carlos Maciel, e as crianças do coral da Escola Adventista de Botafogo, que participaram do evento<BR><br />
(Fotos: Peter Ilicciev)

A atriz Maria Paula, o ministro Alexandre Padilha, o presidente da Fundação, Paulo Gadelha, o diretor do IFF, Carlos Maciel, e as crianças do coral da Escola Adventista de Botafogo, que participaram do evento

(Fotos: Peter Ilicciev)





Extremamente bem-humorada e simpática, Maria Paula também brincou com a plateia e disse que, como humorista, não podia deixar de lembrar que, em tempos de crise econômica internacional no sistema financeiro, “os bancos de leite não quebram”. A campanha deste ano tem como slogan Doar leite materno é multiplicar vida com esperança: é somar saúde com solidariedade; é dividir o alimento mais completo que existe; é diminuir a mortalidade infantil; é igual ao amor – quanto mais a gente doa, mais a gente tem. Maria Paula doou leite materno enquanto amamentava seu filho Felipe, que hoje tem 4 anos.


Alexandre Padilha observou que o lançamento da campanha é um dia dos mais felizes, pois se reafirma o esforço que é manter um sistema de saúde público, universal e gratuito para a população. “Costumo dizer à presidente Dilma que, se o Ministério de Minas e Energia tem a Petrobras, o MS tem a Fiocruz não apenas engajada na resolução dos problemas de saúde dos brasileiros, como também oferecendo respostas válidas e eficazes, em busca de melhor qualidade de vida”. O presidente Paulo Gadelha disse que o trabalho da Fundação na área dos bancos de leite humano é mais uma das missões assumidas pela instituição e que tem apresentado notáveis avanços, tanto no Brasil quanto no exterior. Gadelha entregou a Padilha um livro com crônicas de servidores do IFF que mostram o cuidado, a dedicação e a sensibilidade desses profissionais de saúde com os pacientes do instituto. O coordenador da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, João Aprígio Guerra, que está na Europa, em um simpósio com organizações congêneres, participou do evento por meio de videoconferência.


 Sempre sorrindo, a atriz Maria Paula conquistou a plateia

Sempre sorrindo, a atriz Maria Paula conquistou a plateia





Toda mulher que amamenta está convidada a doar leite materno para que os bancos de leite humano consigam atender a demanda de recém-nascidos prematuros e de baixo peso que estão internados. Esses bancos são uma das principais iniciativas do Ministério da Saúde de redução da mortalidade infantil, inseridos na estratégia da Rede Cegonha. O Brasil tem a maior e mais complexa rede de banco de leite humano no mundo, com 212 bancos e 110 postos de coleta espalhados por todo país. A Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (RBLH) exporta tecnologia e conhecimento para os países da Iberoamérica e África.



Padilha enfatizou que milhares de vidas não seriam salvas sem a doação de leite humano. A campanha deste ano valoriza as doadoras e as crianças que sobreviveram graças a este ato de solidariedade de mães brasileiras. “Estamos nos esforçando para sensibilizar cada vez mais pessoas e buscando mais mães a se envolverem e participarem dessa corrente. A meta do Ministério é chegar a 200 mil litros de leite doados. Temos segurança e tecnologia para isso. O Brasil conta com a maior e mais complexa rede de leite humano do mundo”, reiterou.


 O ministro Padilha conheceu os estoques do banco de leite humano do IFF

O ministro Padilha conheceu os estoques do banco de leite humano do IFF





Por ano, são recolhidos cerca de 150 mil litros de leite humano, que passam pelo processo de pasteurização e adquirem qualidade certificada para serem distribuídos a mais de 135 mil recém-nascidos, principalmente aos que ficam hospitalizados. Mais de 115 mil mães doam leite materno anualmente. O volume de leite humano coletado representa de 55% a 60% da real demanda por leite humano no Brasil. Por isso, o Ministério da Saúde trabalha para ampliar em 15% ao ano o volume de leite humano coletado.



Essa ação está inserida na estratégia Rede Cegonha, que está qualificando e ampliando a assistência às mulheres e aos bebês no Sistema Único de Saúde (SUS). Mais de R$ 3,3 bilhões já foram investidos na Rede Cegonha, que conta com a adesão de 4.759 municípios brasileiros. Também foram criados 348 leitos neonatais e requalificou mais 86 em 2011. A previsão é habilitar mais 350 leitos ainda este ano. Atualmente, o Brasil conta com 3.973 de UTI Neonatal e 2.249 leitos de UTI Pediátrico.



Campanha



A campanha deste ano tem como slogan Doar leite materno é multiplicar vida com esperança: é somar saúde com solidariedade; é dividir o alimento mais completo que existe; é diminuir a mortalidade infantil; é igual ao amor – quanto mais a gente doa, mais a gente tem. Para a campanha foram produzidos 70.370 cartazes e 1.634.300 folders, que foram enviados diretamente para todos os bancos de leite humano do país.



Para realizar a campanha, a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano convidou uma das cinco crianças que na época recebeu o leite doado por Maria Paula. A criança convidada para estar ao lado da madrinha nas peças publicitárias é a pequena Júlia Victória, que nasceu prematura. Ela ficou internada no Rio de Janeiro em uma UTI neonatal e, hoje, é uma criança saudável graças ao leite materno que recebeu.



Mortalidade infantil



De acordo com o Relatório de Monitoramento 2012 do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o Brasil apresentou a redução de 73% das mortes na infância com relação a 1990. Naquele ano, a taxa brasileira indicava que a cada mil crianças nascidas vivas, 58 morriam antes de completar cinco de anos de vida. Em 2011, o órgão internacional mostra que o índice reduziu para 16/1.000.



Mudança



O Ministério da Saúde tem realizado uma mobilização social nos estados brasileiros para a transferência do Dia de Doação de Leite Humano de 01 de outubro para 19 de maio. A mudança está sendo proposta por conta do acordo firmado na Carta de Brasília de 2010, que reuniu representantes dos Ministérios da Saúde de 21 países. Na Carta de Brasília, os países se comprometeram a instituir, em seus territórios, o dia 19 de maio como dia de doação de leite humano para pleitear, junto à Organização Mundial de Saúde (OMS), a criação do Dia Mundial de Doação de Leite Humano. O Ministério da Saúde - em parceria com a Rede de Leite Humano - também está mobilizando os estados para a criação das Semanas Estaduais de Doação de Leite Humano, que deverão ter início no próximo ano.


Publicado em 5/10/2012.

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