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03/05/2016

Caravana constata estragos do rompimento de barragem

Com informações de Maíra Mathias (EPSJV/Fiocruz)


Os participantes da Caravana Territorial da Bacia do Rio Doce percorreram quatro rotas simultâneas que culminaram em um encontro final na cidade mineira de Governador Valadares. Participaram da caravana moradores atingidos pela mineração, pesquisadores, movimentos sociais e comunicadores. "Neste contexto de conflitos, de vulnerabilidades e de perdas territoriais, e motivados pelo sentimento de justiça, de luta, de visibilidade, de enfrentamentos e de resistência, que surgiu a ideia de organizar uma Caravana Territorial da Bacia do Rio Doce. A Caravana é uma iniciativa coletiva de diversas organizações, redes, coletivos e movimentos sociais envolvidos e articulados direta e indiretamente no crime/tragédia/desastre ocorrido pelo rompimento da barragem de rejeitos da Samarco / Vale / BHP, em Mariana (MG).

A Caravana é uma iniciativa coletiva de diversas organizações, redes, coletivos e movimentos sociais (foto: Maíra Mathias, EPSJV/Fiocruz) 

 

A partir de uma abordagem territorial ampla e independente, o objetivo da Caravana é produzir – a partir de diferentes rotas a serem percorridas ao longo da Bacia – leituras compartilhadas sobre a tragédia/crime, analisar seus impactos, fortalecer diferentes lutas territoriais, experiências solidárias e outras economias, mobilizar ações de denúncias e reivindicações, problematizar o modelo de desenvolvimento na região, apontar sa?d? as, alternativas e experiências para um modelo mais justo, ecológico e solidário, e ampliar o diálogo com a sociedade", explica o texto de apresentação do caderno do participante da Caravana. A iniciativa foi realizada pela Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB), Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), Grupo Nagô e Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).

A rota um começou na cidade de Mariana e percorre a região do Alto Rio Doce, passando também pelos municípios de Catas Altas, Acaiaca, Barra Longa, Santa Cruz do Escalvado, Rio Doce e Sem Peixe. A rota dois percorreu o chamado Vale do Piranga e Casca, também no Alto Rio Doce, conhecendo localidades nos municípios de Desterro do Melo, Paula Cândido, Araponga, Viçosa e Ponte Nova. Já a rota três percorreu comunidades nos municípios de Governo Valadares, Açucena, Belo Oriente e Ipatinga. Por fim, a rota quatro, já no Espírito Santo, no também chamado baixo Rio Doce, visitou os municípios de Anchieta, Aracruz, Linhares, Colatina, Baixo Guandu e Resplendor. "A ideia é realizar uma caravana articulando as várias redes, movimentos sociais e entidades nos principais territórios atingidos pelo rejeito e também em outros territórios, culminando com um amplo evento de socialização, sistematização e debate público, na cidade de Governador Valadares, Minas Gerais, que nos tempos de outrora era chamada de Figueira do Rio Doce", sintetizam os organizadores do evento.

Segundo a fan page no Facebook da Caravana, uma carta política foi produzida coletivamente por mais de 120 participantes junto às populações atingidas por onde a Caravava Territorial da Bacia do Rio Doce passou entre os dias 11 e 16 de abril. O documento é assinado por mais de 40 entidades, e traz denúncias e anúncios das populações afetadas pela lama tóxica da empresa Samarco/Vale. Agricultores, pescadores, indígenas, quilombolas e acadêmicos, dentre outros setores da sociedade, evidenciam as dificuldades enfrentadas na região e apontam alternativas. Leia o documento na íntegra. 

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