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14/05/2009

Cartilha sobre doenças parasitárias será utilizada em escolas públicas






Um dossiê didático sobre os principais vetores de doenças presentes no Tocantins. Assim pode ser descrita a Cartilha educativo-sanitária – Os vetores e as doenças no Tocantis, elaborado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em parceria com a empresa Enerpeixe. Organizada pelo pesquisador Arlindo Serpa Filho, do Laboratório de Referência Nacional em Simulídeos, Oncocercose e Mansonelose do IOC, a publicação foi produzida como resultado de cinco projetos ambientais feitos pelo Instituto durante a construção da Usina Hidrelétrica de Peixe Angical, localizada no Rio Tocantins. O objetivo da cartilha - que pode ser acessada aqui - é orientar a população e os profissionais de saúde da região para importantes questões ligadas à saúde pública, servir de base para estimular o interesse científico dos jovens da região e orientar turistas em visita ao estado.


 Obras de construção da Usina Hidrelétrica de Peixe Angical, no Rio Tocantins (Foto: Madaplan)

Obras de construção da Usina Hidrelétrica de Peixe Angical, no Rio Tocantins (Foto: Madaplan)


A publicação reúne informações sobre importantes doenças presentes na região e seus vetores mais comuns, como leishmaniose, malária e doença de Chagas. “Além de explicações sobre os projetos desenvolvidos pelo IOC na localidade, a cartilha apresenta detalhes sobre os hábitos e o ciclo de vida dos vetores e informações sobre transmissão, sintomas, tratamento e prevenção das doenças”, explica Arlindo.


A elaboração da cartilha consolida o importante trabalho de monitoramento da implantação da Hidrelétrica de Peixe Angical. “O material é o resultado de quatro anos e meio de trabalho conjunto, onde procuramos detectar qualquer problema que a construção da usina pudesse acarretar para a população local”, comemora  comemora o supervisor do meio biótico da Enerpeixe, Wagner Santiago. “A parceria com o Instituto Oswaldo Cruz, pela experiência, qualidade e disposição das equipes, e em especial com pesquisador o Serpa, pela sua dedicação ao projeto, foi fundamental para nos auxiliar no trabalho de reduzir ao mínimo o impacto da obra para a população local”.


Desenvolvida com o apoio do Ministério da Saúde e impressa em papel reciclado, a cartilha será distribuída para alunos de escolas da rede pública, a partir da 8ª série, dos municípios atingidos pela criação do reservatório da hidrelétrica. “Acredito que a publicação será bem recebida por professores e estudantes, será um ótimo material paradidático nas aulas de ciência e biologia, contribuindo para aumentar o conhecimento dos jovens sobre doenças que podem existir na região”, prevê Serpa. “Uma das preocupações foi tornar o material bastante didático, por isso há muitas ilustrações e atividades ligadas ao seu conteúdo".


A parceria entre o IOC e a Enerpeixe, iniciada em 2006, foi composta por cinco projetos científicos. Dois deles dedicaram-se ao estudo das faunas de simulídeos, popularmente conhecidos como borrachudos e responsáveis pela transmissão da oncocercose e da mansonelose, e de flebotomíneos, transmissores de leishmaniose. Outro trabalho, iniciado antes do represamento do rio, foi o de controle da população de anofelinos, transmissores da malária, e o impacto da formação da represa em seu comportamento. O trabalho de prevenção também realizou o monitoramento da população de caramujos no reservatório da usina e regiões do entorno, onde foram encontrados muitos espécimes de Biophalaria straminea, transmissor da esquistossomose, mas nenhum deles contaminado com o verme causador da doença. Outro trabalho averiguou a presença do barbeiro, vetor da doença de Chagas, na região, em especial nas áreas de reassentamento da população local.


Os conteúdos da publicação foram desenvolvidos pelo Laboratório de Referência Nacional em Simulídeos, Oncocercose e Mansonelose, Laboratório de Transmissores de Leishmanioses, referência em vigilância entomológica: taxonomia e ecologia de vetores de leishmaniose, pelos laboratórios de Díptera e de Malacologia do Instituto e pelo Setor de Morfologia, Ultra-estrutura e Bioquímica de Artrópodes Parasitos do IOC.


Publicado em 13/5/2009.

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