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05/03/2008

Casos de dengue reforçam cuidados para manejo de inseticidas

Fabíola Leoni


Até 29 de fevereiro foram registrados mais de 10 mil casos de dengue na cidade do Rio de Janeiro. Em todo o estado são mais de 13 mil registros, sendo 150 do tipo hemorrágico. Para prevenir a proliferação do mosquito, o uso de inseticidas torna-se um hábito cada vez mais freqüente nos domicílios. Mas, é preciso ter atenção para o manejo com este produto, que apresenta um grande número de acidentes por intoxicação.


 Fêmea adulta do mosquito <EM>Aedes aegypti</EM> sobre a pele humana (Foto: Sinclair Stammers/OMS)

Fêmea adulta do mosquito Aedes aegypti sobre a pele humana (Foto: Sinclair Stammers/OMS)


O Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox) da Fiocruz divulgou a ocorrência de 2.590 casos de intoxicação por agrotóxico de uso doméstico (inseticidas, fungicidas, herbicidas) em 2005. O alvo mais recorrente ainda são crianças até 5 anos. A curiosidade natural da idade pode levar meninos e meninas a alcançarem sprays aerossol ou mesmo pastilhas de mata-mosquitos, quando armazenados em local impróprio.


No Rio de Janeiro ocorreram quase 10% dos casos de intoxicação, em um total de 205 acidentes. O estado registrou dois óbitos dessas ocorrências e o resto do país teve mais três no período. Desses casos, 133 pertencem à chamada intoxicação acidental. Problemas de manejo, ou de quantidade adequada da utilização do produto, e onde se guarda o produto, para manter-se longe do alcance de crianças, são grandes causadores dos acidentes com esse tipo de substância. Bebês menores de 1 ano foram acidentados em 14 registros, dos 205 no Rio, e meninos e meninas entre 1 e 4 anos chegaram ao número de 79 intoxicações, no mesmo ano.


A coordenadora do Sinitox, Rosany Bochner, atenta para um caso específico de manejo do produto muito comum atualmente. “As pessoas acham que os inseticidas que não têm cheiro não fazem mal nenhum. Mas, o que não se sabe é que o princípio ativo é o mesmo. A questão é que o solvente dos sem cheiro é a base de água, e não de querosene. Dessa forma, as pessoas colocam mais produto e isso pode causar intoxicação”, observa a coordenadora.


Para a coordenadora, a eliminação dos focos de proliferação do mosquito ainda é a grande arma para a prevenção da dengue, o que diminui o uso de agrotóxicos de uso doméstico. Os meios de prevenção e as formas de combate da doença estão em constante divulgação na mídia, a fim de controlar o número de infectados pelo agente transmissor, o Aedes aegypti. Segundo o Ministério da Saúde, em todo o Brasil, apenas o Estado do Rio não consegue deter o avanço da dengue. Na capital, 26 bairros enfrentam um surto da doença.


No Rio de Janeiro existem dois centros de informação e assistência toxicológica (Ciat). Pode-se entrar em contato com Centro de Controle de Intoxicações de Niterói, na UFF, pelos telefones 2717-0148 (ramal 4), 2717-0521, 2717-9783, 2629-9255 e 2629-9021. Já o telefone do Ciat da UFRJ é 2573-3244. Além disso, pessoas de qualquer lugar do Brasil também podem ligar para 0800-722-6001.

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