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07/08/2006

Ciência política e relações internacionais Ensaios sobre Paulo Carneiro

por Pablo Ferreira












Ciência política e relações internacionais: ensaios sobre Paulo Carneiro

Organizado por Marcos Chor Maio

Editora Fiocruz e UNESCO

340p. R$ 37,00

O livro Ciência política e relações internacionais, recém-lançado pela Editora Fiocruz, foi escrito como uma forma de homenagear o cientista e diplomata Paulo Estevão de Berrêdo Carneiro (1901-1982) e manter vivo o seu legado. Organizado por Marcos Chor Maio, o livro traz oito artigos, além de relatos apresentados na mesa-redonda Paulo Carneiro, um brasileiro universal (realizada por brasileiros na Unesco e apresentada em sua sede em Paris em outubro de 2001), a edição de um depoimento concedido por ele em 1979 no Museu da Imagem e do Som, um biobiliografia preparada por Maio e um álbum fotográfico sobre a trajetória do cientista.


A importância de Paulo Carneiro, dentre outras coisas, se deve à sua atuação na Unesco. Durante mais de 30 anos, o diplomata liderou campanhas de educação, ciência e cultura por todo o mundo. Seu empenho acabou por valer-lhe o título de humanista, dado por seus pares. Além disso, o cientista também difundiu o positivismo no Brasil ao restaurar a Casa de Auguste Comte e promover, aqui, a reedição dos trabalhos e correspondências do filósofo francês.


O primeiro artigo, escrito por Angela Alonso, trata da influência do positivismo nos projetos de reforma social, que ocorreram na passagem do Império para a República e o papel de Carneiro nesse processo. Em seguida, Magali Romero Sá fala sobre as investigações de Carneiro, quando este trabalhava para o Instituto Pasteur, em relação ao curare - substância altamente tóxica, encontrada em plantas do gênero Strychnos e que atualmente é utilizada em anestesia e pesquisas farmacológicas. O terceiro texto, de Priscila Fraiz e Eduardo Queiroz Reis, trata dos esforços de Carneiro em prol da criação da Casa de Auguste Comte.


Na seqüência, artigos que tratam da fase diplomática do cientista. Aant Elzinga analisa 50 anos da atuação da Unesco, em especial, as atividades do Departamento de Ciências Naturais. Após, segue estudo de Marcos Chor Maio comparando dois planos de atuação da Unesco que tiveram Carneiro como autor-chave. No sexto artigo, Paulo Góes Filho e Francisco Barreto dissertam sobre a relação entre a ciência que se fazia no Brasil e no mundo, tendo como referências Carlos Chagas Filho (para o Brasil) e Paulo Carneiro (no mundo). Heloisa Maria Bertol Domingues e Patrick Petitjean dissertam sobre as colaborações do brasileiro, entre os anos de 1946 e 1950, junto a diversos programas de cooperação internacional no campo da ciência. Por fim, Ana Maria Ribeiro de Andrade relata o papel que o cientista desempenhou no intercâmbio científico (na área da física) entre Brasil e Bolívia que acabou por ajudar na fundação do Laboratório de Chacaltaya.

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