Agência Fiocruz de Notícias

Cerca de 30 mil quilômetros rodados, 40 municípios visitados e um público de 270 mil pessoas: este é o balanço dos três primeiros anos do Ciência Móvel – vida e saúde para todos, caminhão de divulgação científica que leva às cidades exposições, jogos, equipamentos interativos, multimídias, oficinas, vídeos, contadores de histórias, palestras e mini-cursos. Estimular o interesse e os questionamentos sobre o mundo da ciência e da tecnologia é o objetivo do Ciência Móvel, museu itinerante que é fruto de uma parceria entre o Museu da Vida da Fiocruz e a Fundação Centro de Educação Científica do Estado do Rio de Janeiro (Cecierj).

A primeira viagem do caminhão foi ao município fluminense de Nova Iguaçu, durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, que contabilizou 20 mil visitantes. De lá para cá, outras 47 viagens foram realizadas dentro da Região Sudeste. “A intenção é mostrar o quanto a ciência pode ser importante”, diz o coordenador do projeto, José Ribamar. “Abrimos um universo para que as pessoas desfrutem da ciência de forma prazerosa”, completa.

Agendadas de acordo com a demanda e a capacidade dos municípios, as visitas do Ciência Móvel envolvem a dedicação de mais de 20 profissionais, dos mediadores aos motoristas. “Frequentemente, chamamos para mediar as exposições ex-alunos do curso de formação de monitores em museus e centros de ciência, outra atividade desenvolvida pelo Museu da Vida. Assim, eles têm a oportunidade de viajar, praticar o que aprenderam no curso e interagir com o público. Como eles são muito descontraídos, os visitantes ficam à vontade para fazer perguntas”, conta o coordenador de conteúdo do Ciência Móvel, Miguel de Oliveira.

Além das atividades do museu itinerante, o projeto oferece oficinas para professores dos municípios visitados. Segundo a responsável pela equipe de mediação do Ciência Móvel, Isabel Lourenço Gomes, uma dessas oficinas ensina aos professores como montar um clube de ciências nas escolas, com experimentos de baixo custo.

O impacto do caminhão da ciência é muito maior nos municípios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). “Muitas vezes, as crianças desses lugares têm seu primeiro contato com a ciência por meio do Ciência Móvel e isso fica na cabeça delas por muito tempo ou mesmo para sempre”, afirma Miguel.

Atividades do Ciência Móvel

Giroscópio: idealizado pela Agência Espacial Americana (Nasa) para o treinamento de astronautas, simula um ambiente de microgravidade.

Palestras: esclarecem dúvidas sobre sexualidade, o funcionamento do corpo humano e outras questões relativas à ciência, à saúde e ao meio ambiente; ocorrem no interior do caminhão, que se transforma em um auditório com capacidade para cerca de 40 pessoas.

Tubos musicais: possibilitam aos visitantes conhecer mais sobre a produção dos sons.

Modelos tridimensionais de ouvido: mostram como é o ouvido e como o som viaja dentro dele.

Módulo microscopia: o público pode observar ao microscópio vários tipos de insetos e plantas.

Modelos tridimensionais de olho humano: réplica desmontável do olho humano esclarece sobre os diferentes tipos de catarata.

Ilusões de ótica: painel com ilustrações que causam ilusões de ótica demonstra que a visão não depende só dos olhos, mas da interpretação das imagens pelo cérebro.

Mini usina hidrelétrica: apresenta a transformação da energia da correnteza de um rio em energia elétrica.

Bicicleta geradora: permite ao público gerar energia elétrica.

Vídeos científicos: a programação pode ser previamente combinada com a coordenação de conteúdo, a partir do acervo do Museu da Vida.

Memória de cobra: jogo que possibilita aprender sobre a vida das cobras, seus hábitos e sentidos.

De quem é o ovo?: atividade que permite conhecer como são os ovos de um pavão, de uma ema e de vários outros animais.

Planetário inflável: projeção do céu do Brasil e das constelações.

Contadores de histórias: misturam fantasia, literatura, ciência e saúde, a partir de histórias envolventes e divertidas.

Publicado em 15/3/2010.