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11/10/2014

Coletiva na Fiocruz dá informações sobre o caso suspeito de ebola no Brasil

Ana Carolina Landi, Priscila Sarmento e Ricardo Valverde


A Fiocruz promoveu neste sábado (11/10) uma entrevista coletiva para explicar o caso do paciente com suspeita de ebola, que está internado no Instituto Nacional de Infectologia (INI). Mais cedo, em Brasília, o Ministério da Saúde informou que o resultado do primeiro exame para diagnóstico etiológico do paciente suspeito de infecção pelo vírus ebola teve resultado negativo. A coletiva reuniu o vice-presidente de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fundação, Rodrigo Stabeli, o diretor do INI, Alejandro Hasslocher, e os vice-diretores do Instituto, José Cerbino e Marília Santini. De acordo com Stabeli, a Fiocruz tem “114 anos de tradição e uma história de que começou com a investigação e o tratamento das doenças infectocontagiosas. A Fundação mostrou mais uma vez que, como órgão do Ministério da Saúde, atendeu à convocação das autoridades sanitárias federais e se apresentou completamente preparada para atender a demanda”

Os profissionais da Fiocruz na entrevista coletiva deste sábado (Foto: Priscila Sarmento)

 

O vice-presidente lembrou que, diariamente, cerca de 10 mil pessoas passam pelo campus da Fiocruz, além dos servidores, e que não há risco algum para o público, porque o isolamento do paciente é total, segundo as recomendações da OMS. Ele disse que neste domingo (12/10) haverá nova coleta de sangue do paciente, natural da Guiné, para que o Instituto Evandro Chagas (IEC) de Belém faça nova análise. A amostra deverá chegar à capital paraense à noite e já há uma equipe a postos para levar a coleta. O novo resultado sairá até 24 horas depois. Stabeli agradeceu aos profissionais da Fiocruz que estão participando do atendimento ao paciente. ”O ministro da Saúde, Arthur Chioro, elogiou estes servidores pela excelência registrada em todo o processo, que seguiu os procedimentos previstos no Regulamento Sanitário Internacional”. No total, cerca de 30 profissionais da Fundação tiveram contato com o paciente.

“Sendo um hospital de referência para doenças infecciosas, o INI tem toda a expertise para o enfrentamento desses casos”, comentou o diretor do Instituto Nacional de Infectologia, Alejandro Hasslocher. O Instituto conta com 32 leitos, sendo 4 deles de CTI, que estão reservados para o tratamento do ebola. “Isolamos uma área do hospital, na qual reservamos dois leitos, dois quartos de apoio e dois banheiros, com capacidade de atender a dois pacientes. Caso ocorra uma epidemia, o plano é esvaziar o hospital e transferir os demais pacientes para outras unidades de saúde”. Atualmente, o INI tem 70 médicos e 65 profissionais de enfermagem, além de trabalhadores de áreas afins, como nutricionistas, farmacêuticos, psicólogos, farmacêuticos, fonoaudiólogos, entre outros.

Segundo o vice-diretor do INI José Cerbino responsável pelo acompanhamento do paciente com suspeita de ebola internado na Fiocruz, Souleymane Bah, o quadro é estável, ele não apresenta febre e nem outro sintoma. “O paciente já sabe que não está com ebola, se alimenta bem, fala francês e um pouco de inglês, tomou banho sozinho e é monitorado 24 horas”, esclarece. “O segundo exame será feito neste domingo e a probabilidade é de que seja negativo. Isso ocorrendo, ele passa a ser um viajante com quadro febril, liberado da biossegurança”, explica Cerbino. Como Bah não mora no Rio de Janeiro, sua liberação dependerá apenas de como será feito o transporte.

Cerbino parabenizou o desempenho da equipe e a rapidez no processo. “Estou muito satisfeito. Fizemos vários treinamentos e tudo seguiu as normas do protocolo, sem exposição de risco. Regularmente entra um médico no quarto do paciente, acompanhado de um enfermeiro e um profissional da limpeza”, conta. Bah chegou ao INI com seus objetos pessoais, que estão guardados. Se o exame desse positivo, seriam destruídos.

A vice-diretora do INI Marília Santini afirmou que ficou satisfeita com os resultados do esforço conjunto feito por profissionais da Fundação, o que dá segurança para outros casos suspeitos que possam surgir. “Estamos acostumados, porque fazemos parte de um serviço de referência em doenças infecciosas e temos nos preparado desde junho para um episódio como este. A forma como tudo aconteceu nos dá a certeza de que estamos no caminho certo”.

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