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22/10/2009

Começa o colóquio 'Os desafios da Ciência biomédica no início do século 21'

Fernanda Marques e Renata Moehlecke


Novas tecnologias, como terapia gênica e nanotecnologia, pesquisas sobre a influenza A (H1N1) e desenvolvimento de medicamentos e vacinas estão entre os temas de destaque do colóquio Os desafios da ciência biomédica no início do século 21, que começou nesta quarta-feira (21/10), na Fiocruz. O evento faz parte das atividades do Ano da França no Brasil e conta com a participação de mais de 25 renomados cientistas vinculados a instituições como o Instituto Pasteur de Paris, o Instituto Nacional de Saúde e de Pesquisa Médica (Inserm) e o Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS).


 As novidades advindas da nanotecnolgia serão debatidas no colóquio

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A proposta do colóquio é apresentar um panorama das inovações em pesquisa biomédica, com uma perspectiva de melhoria da sociedade. Nos dois dias de encontro, serão discutidas políticas públicas, saúde pública, cooperação e globalização, lições de genética, novas ferramentas em epidemiologia como também desenvolvimento de medicamentos e vacinas. “Eu percebo a importância desse encontro de duas maneiras: em primeiro lugar, porque ele vem dar mais um passo no sentido de consolidar as relações científicas e técnicas entre as instituições de pesquisa francesas, em particular o Instituto Pasteur, e a Fiocruz, relações estas que têm décadas e vem se fortalecendo através dos anos; vejo também a relevância desse colóquio do ponto de vista de uma aproximação política entre os dois países, consolidando também aquilo que seria uma parceria estratégica entre Brasil e França”, comenta o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Reinaldo Guimarães, na abertura do evento. “Muito embora essa parceria seja vista no sentido da defesa, eu acredito que ela deverá dar frutos em outros campos da política social em ambos os países, dentre os quais o de desenvolvimento científico e tecnológico”.


Estiveram presentes também na abertura do colóquio Patrice Laget, do Inserm, Evelyne Jouvin-Marche, do CNRS, Alice Dautry, diretora do Instituto Pasteur, e o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha. “Vale ressaltar a importância de uma aliança entre dois países do porte da França e do Brasil, seja no plano do valor individual e coletivo, seja no desafio do processo de desenvolvimento das nações”, afirma Gadelha. “Temos uma expectativa de que ao final deste evento haja esforços para que as temáticas trabalhadas nas várias mesas redondas possam ser depois sintetizadas, a fim de nos oferecer orientações de agendas do ponto de vista não só da cooperação entre as instituições aqui presentes, mas também para auxiliar o desenvolvimento de políticas públicas de saúde”. A diretora Dautry ainda complementa: “Estamos aqui hoje para construir um debate que auxilie nos problemas do Brasil e da França, a partir de uma aliança entre a Fiocruz e o Instituto Pasteur. Essa colaboração internacional pode vir a ajudar também nos problemas de política de saúde em todo mundo. Nós vamos, portanto, realizar um progresso para a saúde mundial”.


Dentre os destaques da programação está o pesquisador Ioannis Theodorou (Inserm) – que tem trabalhos em conjunto com Françoise Barré-Sinoussi, ganhadora do Nobel de Medicina, em 2008, pela descoberta do HIV. Do Instituto Pasteur de Paris, além de Dautry, virão a diretora-médica, Muriel Eliaszewicz, bem como os chefes da Unidade de Genética Molecular, Anthony Pugsley, da Unidade de Genética Micobacteriana, Brigitte Gicquel, e da Célula de Intervenção Biológica de Urgência, Jean-Claude Manuguerra. A gripe H1N1 será o tema central das palestras de Eliaszewicz e Manuguerra: ela falará sobre as grandes questões levantadas pela pandemia atual e ele, sobre o diagnóstico e o nível de informação necessário para responder a uma emergência biológica. O colóquio também contará com a presença de representantes de Institutos Pasteur de outros países, como Alejandro Buschiazzo, chefe da Unidade de Cristalografia de Raios-X de Proteínas do Uruguai, que discutirá as possibilidades e as limitações desta técnica para a concepção racional de medicamentos.


Estratégias para enfrentamento de doenças como Aids, tuberculose, hanseníase, leptospirose, gripe aviária, dengue e malária serão discutidas pelos palestrantes, que também apresentarão trabalhos sobre doenças autoimunes e neurodegenerativas. Políticas públicas em ciência, tecnologia e saúde, novas ferramentas epidemiológicas e infecções parasitárias na pré-história são outros assuntos que terão destaque durante o colóquio.


Além de pesquisadores da Fiocruz e diretores de Institutos Pasteur de diferentes países, haverá ainda representantes do Ministério da Saúde do Brasil, da Universidade de São Paulo (USP), do Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agrônoma para o Desenvolvimento Centre de (Cirad), do Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD), do Comissariado para Energia Atômica (CEA), da Fundação Mérieux e do laboratório farmacêutico sanofi-aventis. Conclusões e perspectivas de cooperação entre as instituições participantes serão apresentadas no encerramento do evento.


Confira a programação completa em www.fiocruz.br/simposiofrancabrasil 


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Publicado em 21/10/2009.

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