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16/03/2006

Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais em Saúde é lançada em Brasília

Pablo Ferreira


Com presença do ministro da Saúde, Saraiva Felipe, foi lançada nesta quarta-feira (15/03) a Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS). A comissão foi instituída por decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e terá como objetivos gerar informações e conhecimentos sobre determinantes sociais da saúde; contribuir para a formulação de políticas que considerem seus efeitos positivos e negativos sobre a saúde; e mobilizar diferentes instâncias do Governo e da sociedade para enfrentar as desigualdades sociais. O coordenador da Comissão é o sanitarista e presidente da Fiocruz, Paulo Buss.


O evento, na sede da representação da Organização Pan-americana de Saúde (Opas), em Brasília, teve as presenças da diretora da Opas, Mirta Roses; de sir Michael Marmot, representante da Organização Mundial de Saúde (OMS) e que há mais de 30 anos estuda temas relacionados à desigualdade social; do empresário Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan); entre outros. No lançamento, o ministro empossou os 17 membros da CNDSS.


De acordo com estudiosos, as condições econômica e social refletem a saúde e a doença de um povo. Para se ter uma idéia, a mortalidade infantil no Brasil atinge uma média de 25 por mil nascidos vivos (NV), no entanto, enquanto em alguns municípios do Sul e Sudeste tal taxa não passa de dez por mil, em áreas mais pobres, como no Nordeste, os índices ultrapassam 50 por mil NV. Esse é apenas um exemplo de como falhas na distribuição de renda prejudicam a saúde da população. E, ao contrário do que se imagina, não apenas as classes pobres são afetadas: um estudo comparativo entre estados dos Estados Unidos revelou que indivíduos vivendo em lugares com alta diferença social têm saúde pior do que aqueles que vivem em locais mais igualitários. Isso indica que grupos de renda média em países com grandes diferenças de renda vivem pior do que grupos de renda até mesmo inferior, que habitam países mais igualitários.


 

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