Agência Fiocruz de Notícias

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) finalizou a semana de comemorações pelos seus 119 anos pensando no futuro. Durante a cerimônia realizada na última sexta-feira (31/5), tomou posse a Comissão de Honra dos 120 anos da Fundação, um grupo de especialistas em promoção da saúde que vai atuar na definição da agenda do próximo aniversário da instituição. Além disso, os aprovados no último concurso da Fiocruz tomaram posse, o que, segundo a presidente da Fundação, Nísia Trindade Lima, “marcou um encontro entre a tradição e o futuro da instituição”.

A presidente destacou alguns momentos da história da Fiocruz, como o papel da Fundação durante o processo de redemocratização do país, ao ressaltar que a instituição representa “ousadia, sonho e compromisso”. Antes de dar posse aos participantes da Comissão de Honra, Nísia afirmou: “Buscamos a saúde como uma utopia de um mundo melhor, a Fiocruz tem história, faz o presente e, junto com todos, quer construir o futuro”. 

O Secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Denizar Vianna, que compareceu ao evento representando o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, participante da Comissão, ressaltou que a instituição tem o importante papel de promover acesso de ciência e tecnologia à população. “Recentemente tivemos problemas de abastecimento de medicamentos e fomos prontamente atendidos pela Fiocruz, que presta esse suporte essencial ao Ministério”, exemplificou o secretário.

Outro integrante da Comissão de Honra pelos 120 da Fundação, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, também citou um trabalho recente da Fiocruz ao falar de sua importância. “A instituição teve um papel fundamental com suas pesquisas de microcefalia em Pernambuco, que foi um dos estados mais afetados pela epidemia de zika". O governador finalizou fazendo uma defesa da pesquisa científica: “É preciso olhar não só o curto prazo, que é importantíssimo na saúde, mas os estudos que dão suporte para tomada de ações e trabalho de futuro, isso vai garantir que a Fiocruz, que já salvou muitas vidas, continue salvando”, destacou. 

Paulo Buss, coordenador do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fiocruz, falou em nome dos ex-presidentes da Fundação que fazem parte da Comissão. “Cada um de nós dedicou muito tempo, cérebro e alma para que a instituição, que hoje tem a vitalidade de um adulto maduro, continuasse sua trajetória de tanta importância no meio científico”, contou Buss. Outro ex-presidente, o pesquisador emérito Akira Homma, disse que o desafio agora fica para quem está chegando, ao se referir aos novos concursados: “Cumprimos a missão inicial de Oswaldo Cruz, com o desenvolvimento de soros e vacinas, e hoje dizemos que todos os brasileiros têm um pouco da Fiocruz”.

A presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Gulnar Azevedo, lembrou do símbolo da Fiocruz: “Enquanto esse Castelo, que inspirou gerações, como a minha, continuar de portas abertas para as comunidades, a Fundação continua a ser um marco de esperança”, disse. Já a representante da Organização Pan-americana de Saúde (Opas), Socorro Gross, afirmou se sentir honrada com a participação na Comissão: “Venho de um país pequeno e pobre, a Costa Rica, e fico muito feliz em estar dividindo esta experiência de pensar o futuro da Fiocruz com colegas de diversas outras instituições, mas, principalmente, com a primeira presidente mulher da Fundação”.

Um dos momentos de maior emoção da cerimônia foi a doação à Fiocruz de um relógio que pertencia à Elisa, uma das filhas do patrono da instituição. A entrega foi realizada por Lilian Oswaldo Cruz, viúva de Eduardo Oswaldo Cruz, neto de Oswaldo Cruz. “Nós moramos muitos anos fora do Brasil. Quando voltamos, Eduardo começou a separar as coisas da família que ele queria que viessem para Manguinhos. Eduardo morreu há quase cinco anos e não sei por que o relógio foi esquecido dentro de um cofre. Agora que o encontrei, achei que ele tinha que voltar para casa. É por isso que eu vim aqui entregá-lo”, declarou Lilian.

Além do relógio de Oswaldo Cruz, da marca Dent, a mesma responsável pela construção do Big Ben, também foi doado à Fiocruz um suporte de madeira para o objeto. O material será mantido no acervo da Casa de Oswaldo Cruz (COC), instituto da Fiocruz responsável pela guarda e preservação da memória da instituição centenária.

Comissão de Honra dos 120 anos da Fiocruz

Akira Homma, ex-presidente da Fiocruz; Camilo Santana, Governador do Estado do Ceará; Carlos Morel, ex-presidente da Fiocruz; Coronel Marcos Rocha, Governador do Estado de Rondônia; Eduardo Leite, Governador do Rio Grande do Sul; Elizabeth Campos Silva, Coordenadora da ONG Rede CCAP Manguinhos; Eloi Garcia, ex-presidente da Fiocruz; Fernando Pigatto, presidente do Conselho Nacional de Saúde; Gulnar Azevedo, presidente da Abrasco; Henrique Mandetta, Ministro da Saúde; Ibaneis Rocha, Governador do Distrito Federal; Ildeu Moreira, presidente da SBPC; João Dória, Governador de São Paulo; Jorge Alberto Costa e Silva, presidente da Academia Nacional de Medicina; Luiz Davidovich, presidente da Academia Brasileira de Ciência; Marco Lucchesi, presidente da Academia Brasileira de Letras; Paulo Buss, ex-presidente da Fiocruz; Paulo Câmara, Governador do Estado de Pernambuco; Paulo Gadelha, ex-presidente da Fiocruz; Ratinho Júnior, Governador do Estado do Paraná; Reinaldo Azambuja, Governador do Estado do Mato Grosso do Sul; Romeu Zema, Governador do Estado de Minas Gerais; Rui Costa, Governador do Estado da Bahia; Sinval Pinto Brandão Filho, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical e diretor da Fiocruz Pernambuco; Socorro Gross, Representantes da Opas/OMS no Brasil; Welligton Dias, Governador do Estado do Piauí; Wilson Lima, Governador do Estado do Amazonas; Wilson Witzel, Governador do Estado do Rio de Janeiro.

Confira a Galeria de Honra no Portal Fiocruz.