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30/05/2019

Presidente faz balanço da gestão nos 119 anos da Fiocruz

Ricardo Valverde (Agência Fiocruz de Notícias)


Dentro da programação de comemorações e eventos pelos 119 anos da Fiocruz, a presidente da Fundação, Nísia Trindade Lima, apresentou nesta quarta-feira (29/5), no auditório do Museu da Vida (RJ), um balanço da gestão no último ano. Ela destacou vitórias e também relatou dificuldades, tendo em vista o momento grave que o país vive, com crise econômica e contingenciamento de recursos nas instituições federais. Entre as conquistas, ela destacou duas: a incorporação ao orçamento da Fiocruz dos recursos destinados à produção de vacinas, medicamentos, kits para diagnósticos e biofármacos, e a aprovação da Lei 13.801, que permite à Fundação exportar vacinas e outros produtos com amparo legal, contribuindo para salvar vidas em todo o mundo.

Realizado no formato de entrevista, o balanço da gestão também lembrou outros momentos marcantes da instituição nos últimos meses. A presidente citou que o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) obteve o registro do medicamento Sofosbuvir, que já está sendo distribuído para o Sistema Único de Saúde (SUS), o que garante o abastecimento, gera economia ao país e amplia o acesso da população ao tratamento. O valor de cada tratamento, que inicialmente era US$ 84 mil dólares por pessoa, caiu para pouco mais de R$ 5 mil por pessoa.

Outro destaque foi o trabalho intenso feito pela Presidência, em conjunto com o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), para a elaboração de um modelo que levará à construção de um moderno centro de biotecnologia em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O Novo Centro de Processamento Final de Imunobiológicos possibilitará ao país ampliar de maneira bastante expressiva o fornecimento de produtos estratégicos para o sistema público de saúde. “É uma conquista de grande importância, fruto de muito trabalho, e que também precisará de muito esforço nosso para ser concluída”.

Nísia comentou sobre o lançamento da Política de Inovação da Fiocruz e do programa Inova, que terá R$ 35 milhões destinados ao fomento e vai articular um conjunto de ações para estimular a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico. Outro ponto que a presidente recordou foram os convênios feitos com governos estaduais, como Minas Gerais, Pernambuco, Ceará, São Paulo, Rio Grande do Sul e do Distrito Federal, que fortalecem a estratégia de atuação nacional integrada e facilitam a construção de projetos de desenvolvimento nos campos da saúde e da ciência e tecnologia.

Dentro da programação de comemorações dos 119 anos da Fiocruz, a presidente da Fundação, Nísia Trindade Lima, apresentou um balanço da gestão no último ano (foto: Peter Ilicciev)

 

Ela também abordou a relação com a sociedade civil, que teve no acidente da Vale do Rio Doce em Brumadinho um dos momentos de destaque. A Fundação teve um papel relevante no episódio, imediatamente após o rompimento da barragem, ao constituir uma sala de situação que deu contribuições importantes às autoridades e à população. “Outro momento de ouro em nossa relação com a sociedade foi a organização do Congresso da Abrasco, que pela primeira vez foi sediado na Fiocruz, reunindo milhares de pessoas de todo o Brasil e que se constituiu em um espaço público e democrático para debatermos e enfrentarmos os desafios nacionais, mostrando mais uma vez que o campus de Manguinhos é um território do SUS e da democracia”.

Nísia lembrou ainda da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030, as relações com países de língua portuguesa, os convênios de pesquisa com instituições de outros países, a intensificação da cooperação sul-sul, a cooperação mundial em estudos sobre o vírus zika, a participação no Programa Institucional de Internacionalização (PrInt), da Capes, que tem por meta estimular a formação de redes de pesquisas internacionais. A nomeação de concursados também foi citada como uma vitória da instituição.

A presidente, a primeira mulher e o primeiro profissional da área de sociologia a presidir a Fiocruz, sublinhou a importância do trabalho do Comitê de Equidade de Raça e Gênero e do projeto Meninas e Mulheres na Ciência. “Combater o machismo e o racismo são tarefas de todo dia”.

“O nosso desafio é manter a unidade na diversidade, em prol da instituição, do SUS, da democracia e sempre guiados pelas teses do nosso Congresso Interno. A Fiocruz não é movimento social e nem partido político. O nosso papel é outro”, disse a presidente, que encerrou a sua apresentação afirmando que estava ali louvando o que bem merece, trecho da música Louvação, de Gilberto Gil.

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