Início do conteúdo

05/09/2008

Comportamento sexual de prostitutas de dez cidades será investigado

Rafael Vinícius


O comportamento sexual das profissionais do sexo é foco de estudo desenvolvido no Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict) da Fiocruz. A pesquisa é desenvolvida a partir de um conceito chamado corrente da saúde, em que são selecionadas figuras chaves para atrair novas participantes. O estudo ainda está em fase preliminar, mas a expectativa é de melhorar as condições de saúde e a qualidade de vida dessas profissionais. A pesquisa é financiada pelo Programa Nacional de DST e Aids e será feita em dez cidades, entre elas Rio de Janeiro, Santos e Brasília.


 Para a coordenadora da pesquisa, a violência relacionada à vulnerabilidade diante dos clientes e a ausência de regulamentação são os fatores que mais prejudicam as profissionais na sua qualidade de vida

Para a coordenadora da pesquisa, a violência relacionada à vulnerabilidade diante dos clientes e a ausência de regulamentação são os fatores que mais prejudicam as profissionais na sua qualidade de vida


Ao analisar o comportamento sexual, o estudo coletará informações para redirecionar as políticas públicas das profissionais do sexo. Estudos preliminares apontam que a falta de regulamentação da profissão, as condições de trabalho e o preconceito limitam o acesso das profissionais aos serviços de saúde.


“Além de contribuir para as políticas de saúde, a pesquisa quer chegar ao número de 2,5 mil mulheres recrutadas para levar conhecimento, acesso à informação e métodos de prevenção das DST e Aids para as profissionais”, explica a pesquisadora do Icict e coordenadora do projeto, Célia Landmann.


A metodologia consiste em recrutar profissionais do sexo, que ficarão encarregadas de distribuir convites para mais três colegas, formando assim a corrente. Após o recrutamento dos pares, a corrente da saúde oferecerá aconselhamento por meio de entrevista confidencial, material educativo, camisinhas e gel lubrificante, além de encaminhar as profissionais infectadas pelo HIV para tratamento nas unidades de saúde.


De acordo com a pesquisadora do Icict, o método de recrutamento facilita o contato com as profissionais que muitas vezes não assumem a sua real profissão para a sociedade temendo o preconceito. “A violência relacionada à vulnerabilidade diante dos clientes e a ausência de regulamentação são os fatores que mais prejudicam as profissionais na sua qualidade de vida”, afirma a coordenadora.


Publicado em 05/09/08.

Voltar ao topo Voltar