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19/11/2019

Conferência em Bruxelas apresenta soluções inovadoras

Julia Dias (Agência Fiocruz de Notícias)


Quatro anos depois do lançamento da Agenda 2030 e seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) pelas Nações Unidas, há um consenso entre especialistas de que o progresso não está acontecendo. Isto quer dizer que não é possível atingir os objetivos acordados entre os países sem mudar algo.

Com o objetivo de acelerar o progresso em busca de soluções para os grandes problemas atuais, a Conferência Global em Tecnologia e Inovação Sustentável acontece de 20 a 22 de novembro, em Bruxelas, na Bélgica. O evento é organizado pelo Instituto Flamengo de Pesquisa Tecnológica (Vito) em conjunto com seis outras instituições de pesquisa independentes de diferentes continentes, entre elas a Fiocruz. A Fundação é a única representante latino-americana e a responsável pelo eixo de saúde do evento, um dos seis grandes temas identificados como prioritários pelas instituições parceiras.

A proposta é identificar, reunir e apresentar exemplos de soluções tecnológicas integradas e prontas para entrar no mercado. Os organizadores do evento acreditam que muitas destas soluções já existem, só precisam ser implementadas em larga escala para ter um grande impacto no rumo do desenvolvimento sustentável.

“Se queremos transformar o atual padrão de produção e consumo e abrir as portas para novas oportunidades de desenvolvimento e crescimento para todos, a implantação de soluções tecnológicas integradas e prontas para entrar no mercado é um passo crucial”, afirmam os representantes da Vito. “Estas soluções enfrentam múltiplos desafios do desenvolvimento sustentável através de diferentes disciplinas e setores e também levam em conta as dimensões ambientais, sociais e econômicas”.

Na área de saúde, algumas das soluções apresentadas envolvem as soluções de uso de dados para saúde, a telessaúde, tecnologias para o controle de emergências e educação. A sessão, que tem como coordenadores o ex-presidente da Fiocruz Paulo Gadelha e a consultora sênior do Centro Europeu de Políticas Lieve Fransen, também busca uma visão abrangente do tema ao discutir os determinantes sociais e econômicos de saúde, como meio ambiente e segurança alimentar.

“A participação da Fiocruz no G-STIC chama a atenção para tecnologias impactantes, escaláveis e acessíveis, que podem conferir resiliência à cobertura universal da saúde e contribuir para o principal objetivo da Agenda 2030: promover o desenvolvimento sustentável, sem deixar ninguém para trás”, explica Paulo Gadelha. 

Os outros eixos temáticos identificados como prioritários que dividirão as sessões do evento são clima, educação, energia, água e oceanos. Além disso, economia circular, dados geoespaciais, gênero, juventude e CT&I são considerados temas transversais que devem permear todas as discussões.

Copernicus Hackathon

Três grandes desafios relacionados aos ODS também fazem parte de um evento paralelo do G-STIC, a Copernicus Hackathon. Na área de saúde, a Fiocruz lançou o desafio para uma vida saudável para agricultores. Nele, os participantes devem desenvolver um sistema preditivo para as secas no Nordeste brasileiro, buscando melhorar a vida e a saúde dos pequenos agricultores da região.

Os outros dois desafios buscam o desenvolvimento de softwares para agricultura sustentável na Bélgica e o monitoramento de resíduos de mineração na Suécia. Os protótipos desenvolvidos devem se basear nos dados do Copernicus Earth Observation (EO) e podem entrar em fase de incubação ou aceleração após o evento.

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