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28/03/2007

Consultor do Instituto Pasteur visita biotérios da Fiocruz

Isis Breves


A Fiocruz recebe a visita, entre os dias 23 de março e 4 de abril, do médico veterinário Jean Louis Guénet, do Instituto Pasteur. Trata-se de uma consultoria promovida pela Vice-presidência de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico da Fundação e que tem como objetivo rever as diretrizes básicas estabelecidas (recursos materiais e procedimentos) para a produção e controle de qualidade dos animais de laboratório, de forma a seguir os padrões internacionais. Guénet analisará todos os biotérios, os de experimentação e o de criação. Para falar sobre a visita, a Agência Fiocruz de Notícias (AFN) conversou com o consultor, que tem 40 anos de experiência em bioterismo no Instituto Pasteur.


 Jean Louis Guénet (Foto: Ana Limp)

Jean Louis Guénet (Foto: Ana Limp)


AFN: Como vê a iniciativa da Fiocruz em trazê-lo ao Brasil para esta consultoria?


Guénet: A iniciativa é interessante, pois será mais um ponto de vista sobre os biotérios da Fiocruz. Acredito que fui escolhido por ter 40 anos de experiência na área de bioterismo do Instituto Pasteur e também por falar português. Essa é uma decisão inteligente, a de investir na consultoria para orientar o que pode ser melhorado. Estou me dedicando muito a este trabalho, já que vejo a Fundação como uma instituição de grande progresso na área de pesquisa. Além disso, o Brasil é o país do meu coração, é um prazer estar aqui.


AFN: O senhor já esteve no Centro de Criação de Animais de Laboratório (Cecal), uma unidade da Fiocruz, anteriormente. Comparando com a visita atual, notou mudanças?


Guénet: Estive no Cecal anos atrás e notei uma enorme mudança. A unidade se desenvolveu muito. Por exemplo, na área SPF (animais livres de germes patogênicos) conta com isoladores e equipamentos de tecnologia de ponta. No Departamento de Controle da Qualidade Animal o trabalho e a tecnologia utilizada são de nível internacional.


AFN: O senhor conhece os biotérios de experimentação da Fiocruz?


Guénet: Estou agendado para conhecer os biotérios de experimentação, mas já analisei os layouts das novas instalações dos biotérios. São estruturas novas que seguem o padrão internacional de bioterismo.


AFN: Que critérios o senhor usará para a avaliação?


Guénet: Serão feitas entrevistas, visitas às instalações, leitura dos documentos dos biotérios, enfim haverá um intercâmbio de informações e dados para fazer a análise. A base será prioritariamente na relação de troca entre bioterista e pesquisador.


AFN: O controle de qualidade animal da Fiocruz pode ser comparado ao do Pasteur?


Guénet: Sim, com certeza. O controle de qualidade animal da Fiocruz é mais completo do que o do Pasteur, pois lá nós fazemos o controle de parasitologia e virologia. Já o de bacteriologia nós mandamos para outra instituição analisar. Aqui na Fiocruz são feitos todos os três tipos de exames, com equipamentos de nível internacional.


AFN: Como vê o bem-estar animal nos biotérios? Conhece a Comissão de Ética de Uso de Animais (Ceua) da Fiocruz?


Guénet: O bem-estar animal é uma prioridade no mundo inteiro. Na Fiocruz esta preocupação é o foco da Ceua, que conheço bem. E estou sempre em contato com as suas questões, pois sou membro da BiotBrás, uma lista de discussão dos bioteristas brasileiros.

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