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08/12/2010

Controle de qualidade de alimentos amazônicos é apresentado no CDMICRO 2010


Estudos científicos devem contribuir para a segurança de produtos amazônicos e para a qualidade de vida das comunidades que os produzem e consomem. Esta é a conclusão do trabalho da pesquisadora da Universidade Federal do Amazonas Ariane Pacheco apresentado na palestra Controle de qualidade de alimentos de origem vegetal: castanha-do-Brasil e guaraná no Congresso de Diversidade Microbiana da Amazônia (CDMICRO), realizado em Manaus de 5 a 8 de dezembro de 2010.


Segundo Ariane, todos os produtos, principalmente os de origem vegetal para serem seguros para o consumo devem passar por análises laboratoriais e de risco. Na Amazônia, os riscos mais comuns são as elevadas umidade (60% a 95%) e temperatura (20°C a 40°C), bem como o tempo e as condições de transporte. No caso da castanha-do-Brasil, afirmou ser necessário descobrir meios de evitar a contaminação por fungos, sendo o Aspergillus flavus e o Colletotrichum gloeosporioides os principais. Por ser uma atividade extrativista, é importante o controle do processo de colheita, da retirada do ouriço e da casca e da armazenagem, e avaliar a composição do produto (óleo, ácidos graxos, calorias, níveis de selênio etc), visto que pode contribuir ou prevenir as contaminações. O nível de toxidade do alimento também deve ser levado em conta, analisando possibilidades de criar equipamentos de detoxificação para retirar as substâncias potencialmente tóxicas da castanha, cujo perigo está no excesso de selênio.


O guaraná também é um produto de grande consumo na Amazônia e de seu extrato em todo o Brasil, através dos refrigerantes. O valor do produto está também nos níveis de cafeína que possui. Porém, a falta de higiene no processamento que é feito hoje contribui para contaminação por aflatoxinas e enteropatógenos. Segundo Ariane, em 100% das amostras estudadas havia contaminação. “Para prevenir é necessário medidas como a criação de programas de capacitação para as comunidades que cultivam e extraem os frutos, a melhoria nos sistemas de produção e a análise de risco, tudo para que se tenha produtos de qualidade para consumo imediato e para comercialização”, concluiu.


Publicado em 8/12/2010.

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