Agência Fiocruz de Notícias

Uma lacuna em relação à atenção à saúde do índio começará a ser preenchida graças a uma parceria da Fiocruz com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Na quinta-feira (22/09) as duas instituições assinaram um convênio de cooperação técnica para a implementação da vigilância alimentar e nutricional em distritos sanitários indígenas. Os recursos do projeto são oriundos do Vigisus II (Vigilância em Saúde no SUS) e serão disponibilizados por meio do Banco Mundial.

A Diretoria Regional de Brasília (Direb) e a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp) são as duas unidades da Fiocruz envolvidas no projeto. À Direb caberá a tarefa de conceber, acompanhar e avaliar a implementação do Sisvan (Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional)-Indígena, junto com a Funasa. À Ensp será destinada a responsabilidade de capacitação do capital humano, por meio do ensino a distância. A iniciativa é inovadora, tendo em vista que o Brasil ainda não dispõe de um sistema de vigilância alimentar e nutricional nessas áreas.

O Sisvan a ser implementado em distritos sanitários indígenas será concebido com base nas recomendações do Ministério da Saúde e adequado à realidade sociocultural e geográfica da população indígena brasileira. Para isso, os dados gerados serão integrados ao Sistema de Informação de Saúde Indígena (Siasi), sob a coordenação do Departamento de Saúde Indígena (Desai) da Funasa, por meio de um modelo específico para receber dados da vigilância nutricional, a ser desenvolvido também pela Funasa.

O concepção do sistema assumirá três pressupostos estratégicos. O primeiro deles é desenvolver o desenho metodológico-operacional do Sisvan-Indígena integrado aos sistemas de informação e vigilância em saúde existentes no país. O segundo é integrar a implementação do sistema com o processo de formação de capital humano por meio do curso de vigilância alimentar e nutricional para a saúde indígena. Esse curso faz parte do Programa de Educação a Distância da Ensp, dirigido a profissionais e instituições envolvidas na gestão de sistemas e serviços de saúde. E o terceiro pressuposto diz respeito à avaliação e ao monitoramento, por meio de uma metodologia participativa, do processo de implementação do sistema.