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12/09/2020

Covid-19: Boletim indica permanência de alta letalidade no Rio

Regina Castro (CCS/Fiocruz)


O Boletim Observatório Covid-19 Fiocruz relativo às semanas epidemiológicas 35 (23 a 29 de agosto) e 36 (30 de agosto a 5 de setembro) mostra que a letalidade por Covid-19 permanece alta no Rio de Janeiro. A análise aponta que esse cenário pode indicar falhas na atenção primária e vigilância epidemiológica nesse estado. A simultânea redução da disponibilidade de leitos no Amazonas (AM), bem como a sobrecarga do sistema hospitalar de GO e RJ também revelam situações de alerta. O Boletim mostra tendências de aumento do número de casos nos estados de Santa Catarina (SC) e Rio Grande do Sul (RS) e aumento da mortalidade no Amazonas (AM) e Pará (PA), que vinham apresentando redução no número de óbitos. Este padrão tem sido extremamente variável nas unidades federativas.

Em relação aos leitos de UTI para Covid-19, o Boletim chama atenção para a redução da disponibilidade de leitos no Amazonas e a sobrecarga do sistema hospitalar em Goiás e no Rio de Janeiro. Outro dado preocupante, que agrava a situação no Estado do Rio, é que a sua capital encontra-se novamente na zona crítica, com 82% dos seus leitos de UTI Covid-19 ocupados.

A nova edição mostra ainda que, no processo de análise das notificações da doença foi encontrada uma discrepância significativa para Mato Grosso entre os números de registros de SRAG reportados no Sistema de Informação de Vigilância epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) e de casos reportados no painel da secretaria do estado. Vale ressaltar que, entre as ocorrências com resultado positivo para os vírus respiratórios, 97,4% dos casos e 99,3% dos óbitos são em consequência do novo coronavírus.

Como o sistema nacional Sivep-Gripe é a principal fonte de dados utilizada para análises de vigilância de SRAG, os pesquisadores responsáveis pelo Boletim observam que é possível que a incidência da doença em MT esteja subavaliada. Diante desse contexto, eles ressaltam a importância de todos os estados manterem a atualização do Sivep-gripe para que a análise de vigilância ocorra de forma integrada.
 

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