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05/05/2023

CUIDA Chagas apoia 70 ações locais de educação em saúde

Valentina Carranza (CUIDA Chagas/INI/Fiocruz)


Em 2023, uma campanha internacional em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) buscou reforçar o papel da Atenção Primária à Saúde (APS) na vigilância, prevenção, diagnóstico, tratamento e cuidado das pessoas acometidas com a doença de Chagas. Com o objetivo de levar informação ao nível dos territórios, o projeto CUIDA Chagas, coordenado pelo Instituto Nacional de Infectologia (INI/Fiocruz), contribuiu na realização de ações de educação e informação sobre a doença de Chagas nos municípios de Rosário do Sul (RS), Janaúba (MG), Riachão da Neves (BA), Paraúna (GO) e Igarapé-Miri (PA), locais onde o projeto vem sendo implementado. 

Ações educativas, especialmente as realizadas com estudantes do ensino fundamental, incluíram dinâmicas lúdicas a partir da edição especial da Revistinha da Turma da Mônica sobre doença de Chagas (foto: CUIDA Chagas)

 

Essas ações foram planejadas e executadas em parceria com as Secretarias de Saúde e Educação de cada prefeitura e outros atores locais. “As ações promovidas pelas Secretarias Municipais de Saúde e Educação, em parceria com o projeto, permitiram conscientizar a população sobre os sintomas, diagnóstico e tratamento da doença de Chagas, além de falar sobre os cuidados sobre o manuseio de alimentos, entre os quais o açaí, uma importante fonte de renda para toda nossa região”, mencionaram Wesllana Ferreira e Mauro Júnior, da equipe de campo do projeto em Igarapé-Miri (PA).

No total, 30 escolas e 40 Unidades Básicas de Saúde (UBS) somaram-se à campanha, envolvendo mais de 3.200 estudantes de ensino fundamental e médio e mais de 280 profissionais de saúde, incluindo médicos(as), enfermeiros(as), Agentes Comunitários de Saúde (ACS), Agentes de Combate a Endemias (ACE) e outras categorias que atuam na Vigilância Epidemiológica e na APS.  “Aqui em Rosário há um grande desconhecimento sobre a doença, tanto entre os profissionais de saúde, como na população. Durante as ações foi muito importante interagir com públicos diversos que procuravam aprender. O engajamento, tanto da população como das pessoas que participaram ativamente no desenvolvimento das ações, fez com que avaliemos positivamente o esforço realizado”, relataram Arilon Santiago e Vagner Vargas, da equipe de campo do CUIDA Chagas em Rosário do Sul (RS).

As ações educativas, especialmente as realizadas com estudantes do ensino fundamental, incluíram dinâmicas lúdicas a partir da edição especial da Revistinha da Turma da Mônica sobre doença de Chagas. Ao longo das ações, o CUIDA Chagas distribuiu 3500 exemplares desse material produzido pelo Instituto Maurício de Sousa e Médicos Sem Fronteiras Brasil. A Revistinha facilitou a abordagem do tema e fortaleceu o engajamento do público infantil. Ainda, foi muito bem recebido por professores e profissionais de saúde que consideraram o material profícuo para informar e conduzir atividades sobre a doença de Chagas. “São nítidas as dúvidas, questionamentos e interesse da comunidade para saber mais sobre a doença. Foi incrível ver as crianças curiosas, lendo e brincando com a Revistinha da Mônica para saber mais sobre a doença de Chagas!”, indicaram Bruna Martins e Ana Flávia Ferreira, da equipe de campo do projeto em Paraúna (GO).

Os canais digitais de cada prefeitura e programas de rádio locais também contribuíram com a divulgação de ações, realizaram entrevistas com profissionais e veicularam outras mensagens chaves no marco da campanha. Uanderson Magalhães e Andreia Castilhano, da equipe local do CUIDA Chagas em Riachão das Neves (BA), relataram como o papel da mídia. “Ampliou a repercussão das ações que estavam acontecendo em diferentes locais da cidade. Esse movimento foi importante para chegar a outros públicos, principalmente da área rural, considerando a extensão territorial dos municípios aqui na região oeste da Bahia”. 

Nos municípios de Rosário do Sul (RS) e Janaúba (MG), foi destaque a participação de estudantes dos cursos de graduação em enfermagem, da Universidade Unopar e da Faculdade Vale do Gorutuba (Favag), respectivamente. Sobre a colaboração dos académicos, Lucélia Santos e Ingredy Carolline, equipe de campo de Janaúba (MG), salientaram que: “o envolvimento dos estudantes foi fundamental para o sucesso das ações em diferentes locais do município. Eles e elas, a partir de uma capacitação sobre a doença de Chagas, desenvolveram diferentes propostas lúdicas e criativas para interagir com as crianças nas escolas. Foi, sem dúvida, um aprendizado compartilhado que iremos repetir em próximas campanhas aqui no norte de Minas Gerais”. 

As ações de informação, comunicação e educação em saúde, assim como estratégias de engajamento comunitário, são centrais para o estudo de implementação de CUIDA Chagas. “O projeto entende que modelos de atenção sólidos e eficazes precisam de comunidades bem-informadas, assim como fortalecidas nas suas capacidades de participação social e política”, destacou Eliana Amorim, gerente dessa pesquisa. “Lideranças e organizações comunitárias devem ser ouvidas na elaboração de políticas públicas que ampliem o acesso a serviços de qualidade e garantam o direito à saúde de forma integral e universal. É preciso incluir as pessoas acometidas pela doença de Chagas nos processos de tomada de decisão, ampliando seus conhecimentos através da prática de realizar ações integradas entre gestores, profissionais de saúde e comunidades”.  
 

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