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27/04/2010

Curso internacional capacita na vigilância da resistência do A. aegypti a inseticidas

Renata Fontoura


O 2º Curso Internacional de Metodologia de Avaliação da Resistência de Aedes aegypti a Inseticidas, resultado de parceria estabelecida entre o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), o Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde (PNCD/MS) e a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), reúne até 30 de abril profissionais de vários estados do Brasil, do Paraguai e da Argentina. O avanço e a consolidação da rede de monitoramento, a avaliação do potencial de outros laboratórios de pesquisa para integrar a rede, a disseminação da técnica utilizada no monitoramento para vetores de outros agravos e a capacitação de multiplicadores de outros países do Mercosul são os principais objetivos do treinamento. Em 2009, na primeira edição, a iniciativa capacitou 13 profissionais de sete países da América Latina.


 A assessora técnica do Programa Nacional de Controle da Dengue, Ima Braga, apresentou o panorama da doença no Brasil e nas Américas (Foto: Gutemberg Brito) 

 A assessora técnica do Programa Nacional de Controle da Dengue, Ima Braga, apresentou o panorama da doença no Brasil e nas Américas (Foto: Gutemberg Brito) 


As aulas serão ministradas pela equipe do Laboratório de Fisiologia e Controle de Artrópodes Vetores do IOC, referência nacional no monitoramento da resistência do A. aegypti, localizado no Instituto de Biologia do Exército (IBEx). O treinamento inclui aulas práticas e teóricas sobre estratégias de monitoramento e verificação de resistência, biossegurança em insetários e bioensaios, realizados de acordo com a Rede Nacional de Monitoramento da Resistência de Aedes aegypti a Inseticidas (MoReNAa), coordenada pelo laboratório.


A diretora do IOC, Tania Araújo-Jorge, reforça a importância da iniciativa e da parceria com o IBEx, que existe há mais de dez anos. “Esta iniciativa é fundamental para fortalecer a rede latino-americana de combate ao vetor da dengue". O diretor do IBEx, tenente-coronel José Marcelo Rodrigues Ferreira, a assessora técnica do Programa Nacional de Controle da Dengue, Ima Braga, e a chefe do Laboratório de Fisiologia e Controle de Artrópodes Vetores do IOC, Denise Valle, também fizeram parte da mesa que abriu a programação do treinamento.


Segundo Denise Valle, a realização periódica de cursos como esse é essencial para a evolução da rede de monitoramento. “Nosso objetivo é potencializar a capacidade de análise dos participantes do curso e aumentar sua sensibilidade para interpretação dos dados sobre as populações monitoradas, incluindo vetores da dengue e de outros agravos como malária e leishmaniose”, enfatiza a pesquisadora.


Para Edgar Senabria, profissional de saúde do Paraguai que participa do curso, a oportunidade é única. “Não temos trabalhos na área no Paraguai. Espero aprender muito com minha participação”, ressalta. Além de Paraguai e de Argentina, o treinamento conta ainda com a participação de representantes de órgãos de saúde brasileiros dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Paraná, Mato Grosso, Sergipe e Amapá.


Rede atua no monitoramento do A. aegypti e de vetores de outras doenças



A Rede Nacional de Monitoramento da Resistência de Aedes aegypti a Inseticidas (MoReNAa) integra o Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD), que promove vigilância integrada (epidemiológica, laboratorial, entomológica), combate ao vetor, capacita recursos humanos, presta assistência aos pacientes e desenvolve ações integradas de educação em saúde, comunicação e mobilização social.



Dengue nas Américas e no Brasil



De acordo com dados da Opas, até de dezembro de 2009, mais de 1 milhão de casos de dengue foram registrados nas Américas. Até março de 2010, ocorreram surtos na Argentina, Brasil, Bolívia e Colômbia. Nesses países, além do Peru, foi detectada a resistência do vetor aos inseticidas. No Brasil, foram registrados, até o último dia 15 de abril, mais de 384 mil casos da doença.


Publicado em 22/4/2010.

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