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07/06/2006

Desempenho hospitalar será avaliado

Rafael Cavadas


Uma avaliação de desempenho dos hospitais brasileiros está sendo desenvolvida pelo Centro de Informação Científica e Tecnológica (Cict) da Fiocruz para verificar a ocorrência de erro durante o tratamento. Na avaliação, o termo popularmente conhecido como erro médico é substituído por eventos adversos (EAs). O motivo da adaptação é que os EAs podem ser causados por erros de diferentes profissionais de saúde e não só por médicos. A avaliação classifica EAs como "lesões não intencionais causadas pelo cuidado e não pela evolução da doença de base".


A avaliação dos EAs ajudará às políticas e aos sistemas de saúde a reduzirem os acidentes. De acordo com a coordenadora do projeto de avaliação, a pesquisadora Claudia Travassos, além dos danos aos pacientes os EAs oneram o serviço de saúde. No Reino Unido e na Irlanda do Norte, por exemplo, o prolongamento das internações nos hospitais causado pelos EAs custa cerca de dois bilhões de libras ao ano. Isso sem falar nos gastos com brigas litigiosas, que chegam a 400 milhões de libras/ano.


Uma recente publicação do Institute of Medicine causou polêmica no meio acadêmico ao indicar que os Estados Unidos gastam entre US$ 17 bilhões e 29 bilhões de por ano com os EAs. A publicação estima que, a cada ano, morrem entre 44 mil e 98 mil americanos por conta desses acidentes.


De acordo com os responsáveis pelo projeto de avaliação, no cenário internacional a preocupação com a análise da qualidade dos serviços de saúde é discutida há décadas. No Brasil, a avaliação dos EAs dependerá da seleção pública de propostas para a qualidade e humanização no SUS (Sistema Único de Saúde).


 

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