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13/08/2010

Desempregados e donas de casa são os mais vulneráveis às tentativas de suicídio

Fernanda Marques


Homens desempregados de 20 a 25 anos e de 31 a 35 anos, mulheres empregadas de 20 a 25 anos e donas de casa e aposentadas de 31 a 35 anos: estes grupos se destacam entre os mais suscetíveis às tentativas de suicídio por ingestão intencional de medicamentos. A conclusão é de um estudo em Londrina que analisou 206 casos registrados pelo Centro de Controle de Intoxicações da cidade. Os casos estudados se referiam a pacientes de 20 a 40 anos que, no período de 1997 a 2007, sofreram intoxicação por medicamentos devido à tentativa de suicídio e foram atendidos no Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná. Os resultados da análise foram publicados na revista Cadernos de Saúde Pública da Fiocruz.


 Outra observação dos pesquisadores foi a associação do medicamento com outras substâncias químicas em 51,5% dos casos, sobretudo entre homens

Outra observação dos pesquisadores foi a associação do medicamento com outras substâncias químicas em 51,5% dos casos, sobretudo entre homens


“O propósito deste trabalho é contribuir para a análise das tentativas de suicídio por sobredose intencional de medicamentos, uma vez que este é o método utilizado em mais da metade desses eventos”, justificam os autores da Universidade Estadual de Londrina. “Esses números são de grande valia para medidas de detecção, assistência e prevenção do comportamento suicida, visto que, aproximadamente, um quarto dos pacientes tenta o suicídio novamente no ano seguinte, e 30% a 47% dos suicídios consumados apresentam histórico de tentativa prévia”. No mundo, a taxa de suicídio é 16 por 100 mil habitantes. No Brasil, ela é 4,1 por 100 mil habitantes. Se considerarmos apenas a Região Sul, o número sobe para 25,2 por 100 mil habitantes.


Dos 206 casos estudados, 46,1% estavam na faixa etária de 20 a 25 anos e 79,1% eram mulheres. A análise mostrou, ainda, que mais de 40% dos casos do sexo feminino necessitaram de hospitalização, indicando que as tentativas de suicídio, além do custo social, também geram gastos financeiros significativos para o sistema de saúde. Outra observação dos pesquisadores foi a associação do medicamento com outras substâncias químicas em 51,5% dos casos, sobretudo entre homens – 40,7% deles ingeriram o medicamento com bebida alcoólica.


Houve muitos registros de tentativas de suicídio pela ingestão de mais de um tipo de medicamento. Os grupos farmacológicos mais comuns foram tranquilizantes, antidepressivos e anticonvulsivos. Os médicos, portanto, “devem saber avaliar cautelosamente o estado psíquico e emocional do paciente antes de receitar medicamentos psicoativos, que é o grupo farmacológico mais frequente e com maior risco toxicológico nessa situação”, advertem os autores. Para ler a íntegra do artigo científico, clique aqui.


Publicado em 10/8/2010.

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