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27/05/2009

Dezesseis dirigentes da Fiocruz assumem mandatos para o quadriênio 2009-2013

Paula Lourenço e Ricardo Valverde


A comunidade da Fiocruz viveu, nesta segunda-feira (25/5), mais um ciclo de renovação dos gestores de suas 16 unidades técnico-científicas, eleitos nas últimas semanas para o quadriênio 2009-2013. O processo eleitoral, participativo e democrático, iniciado ainda sob a presidência de Sergio Arouca, nos anos 1980, repetiu-se com muita emoção e alegria entre as centenas de participantes que lotaram a Tenda do Ciência em Cena, no campus de Manguinhos. A cerimônia de apresentação dos gestores ocorreu no mesmo dia em que a Fundação completou 109 anos de existência.


 Os diretores eleitos e reeleitos posam para a foto oficial (Fotos: Peter Ilicciev)

Os diretores eleitos e reeleitos posam para a foto oficial (Fotos: Peter Ilicciev)


Assumiram os cargos Artur Roberto Couto (Instituto de Tecnologia em Imunobiológico/Biomanguinhos), Joel Majerowicz (Centro de Criação de Animais de Laboratório/Cecal), Nara Azevedo (Casa de Oswaldo Cruz/COC), Antonio Ivo de Carvalho (Escola Nacional de Saúde Pública/Ensp), Isabel Brasil (Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio/EPSJV), Hayne Felipe da Silva (Instituto de Tecnologia em Fármacos/Farmanguinhos), Eduardo Freese de Carvalho (Fiocruz Pernambuco), Samuel Goldenberg (Fiocruz Paraná), Umberto Trigueiros (Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde/Icict), Carlos Maurício de Paulo Maciel (Instituto Fernando Figueiras/IFF); Mitermayer Galvão dos Reis (Fiocruz Bahia), Roberto Sena Rocha (Ficoruz Amazônia), Eduardo Chaves Leal (Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde/INCQS), Tânia Cremonini de Araújo-Jorge (Instituto Oswaldo cruz/IOC), Valdiléa Veloso (Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas/Ipec) e Rodrigo Corrêa (Fiocruz Minas).


O presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, declarou que a prática democrática da Fiocruz não só é possível, mas também desejável para o andamento da instituição. Ele aproveitou para dar um recado aos gestores, afirmando que tanto os reconduzidos ao cargo quanto os eleitos pela primeira vez para o posto terão, pela frente, tempos muito promissores e de grandes desafios para a Fundação, já que a instituição desponta com novas áreas de atuação e como âncora do processo produtivo de saúde do país, ao passo que se depara com a crise econômica mundial.


Gadelha também mencionou a necessidade de integração entre as unidades e a Presidência da Fundação, para que todos participem do processo de formulações de estratégias para a instituição. “Precisamos garantir que teremos unidades fortes, com iniciativa e, ao mesmo tempo, trabalhando de forma sinérgica com o plano quadrienal da Fiocruz”, reforçou.


 O presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, narra a trajetória do processo democrático e participativo da Fundação, desde os tempos de Arouca

O presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, narra a trajetória do processo democrático e participativo da Fundação, desde os tempos de Arouca


Em seu discurso, o presidente da Fiocruz fez questão de rememorar o papel ímpar de Sergio Arouca para a construção da gestão participativa na Fundação, além de frisar atuações importantes de ex-gestores da Fiocruz, entre eles, Akira Homma, ex-presidente da instituição e ex-diretor de Biomanguinhos. Gadelha ressaltou o empenho de Homma na consolidação do legado “arouquista”, com a implantação do Conselho Deliberativo e a materialização ousada do Estatuto da Fiocruz, realizando eleições na instituição. Escolhido para falar pelos ex-dirigentes das unidades, o também ex-presidente emocionou o público, ao lembrar seus 46 anos dedicados à Fiocruz, destacando-a como “instituição estratégica na área de ciência e tecnologia em saúde para o governo federal. A Fiocruz é pública, estatal e estratégica”, resumiu.


Representando os dirigentes que vão gerir por quatro anos suas unidades, a reeleita diretora do IOC, Tânia de Araújo-Jorge, homenageou a Fundação, em seu 109º aniversário, fazendo uso da beleza das artes plásticas e da poesia de Carlos Drummond de Andrade. “Neste momento (de apresentação dos diretores), reafirmamos o compromisso com a história da instituição e do nosso país”, declarou a diretora do IOC, comentando a necessidade de todos assumirem corresponsabilidades, porque os problemas e as vitórias das unidades não são isolados, mas de toda a Fiocruz.


 Gadelha, as vice-presidentes de Pesquisa e Laboratórios de Referência, Claude Pirmez, de Ensino, Comunicação e Informação, Maria do Carmo Leal, e o presidente do Sindicato dos Servidores da Fiocruz, Paulo César de Castro Ribeiro, cortam o bolo de 109 anos (Foto: Virginia Damas/Ensp)

Gadelha, as vice-presidentes de Pesquisa e Laboratórios de Referência, Claude Pirmez, de Ensino, Comunicação e Informação, Maria do Carmo Leal, e o presidente do Sindicato dos Servidores da Fiocruz, Paulo César de Castro Ribeiro, cortam o bolo de 109 anos (Foto: Virginia Damas/Ensp)


A cerimônia de apresentação dos diretores das unidades técnico-científicas da Fiocruz contou com a participação dos vice-presidentes de Pesquisa e Laboratórios de Referência, Claude Pirmez; de Desenvolvimento e Gestão do Trabalho, Romulo Maciel Filho; de Ensino, Comunicação e Informação, Maria do Carmo Leal; de Ambiente e Promoção à Saúde, Valcler Rangel Fernandes; e de Produção e Inovação em Saúde, Carlos Gadelha; além do chefe de gabinete da Presidência da Fundação, Fernando Carvalho, e do presidente do Sindicato dos Servidores da Fiocruz, Asfoc, Paulo César de Castro Ribeiro, o Paulão.


Depoimentos dos diretores


Joel Majerowicz, diretor do Cecal


Depois de 13 anos longe do Cecal, volto a trabalhar nesta unidade com muito orgulho. Trago minha experiência externa, algo positivo para o Cecal, que passa, atualmente, por um momento muito importante de demanda por animais de qualidade para as pesquisas da Fiocruz. Para que façamos um bom trabalho, espero contar com apoio de toda a equipe, que tem se mostrado envolvida para melhorar nossas condições, bem como da Presidência da Fiocruz.


Nara Azevedo, diretora da COC


Esse novo mandato nos traz uma boa dose de motivação para continuar algumas frentes que abrimos há três anos, como patrimônio cultural da saúde. Já possuímos articulação no Brasil e na América Latina, mas vamos ousar um pouco, pensando na Casa de Oswaldo Cruz daqui a 15 anos. Queremos institucionalizar a nossa área de ensino, trabalhando, de forma mais orgânica e articulada, nossa pós-graduação e os vários outros cursos que oferecemos.


Antonio Ivo de Carvalho, diretor da Ensp


O momento da reeleição serve para refletir sobre o passado e extrair aprendizado para o futuro. Esse processo eleitoral foi muito pedagógico, pois reforçou a confiança na Escola. É uma honra seguir à frente desta unidade. A escola seguirá um trajeto nos próximos quatro anos que a firmará como um grande instituto de pesquisa em saúde pública em saúde, e não só de formação de recursos humanos nesta área. Se trabalhamos, até então, com os pilares saúde, ciência e cidadania, vamos acrescentar mais dois: inovação e qualidade.


Isabel Brasil, diretora da EPSJV


Nesse processo democrático, a Fiocruz renova seu compromisso com a saúde pública, com a ciência e a tecnologia voltadas para a sociedade. Iniciamos um mandato de quatro anos num momento de crise, de incertezas, sem ter dimensão do que isso pode causar para a formação dos profissionais de saúde. Mas, na Politécnica, lutaremos mais do que nunca pela valorização da força de trabalho do ensino médio, porque compreendemos as dimensões social, econômica e política da saúde. 


Hayne Felipe da Silva, diretor de Farmanguinhos


A apresentação dos novos diretores da Fiocruz é extremamente positiva, sobretudo na sociedade atual, que defende a gestão participativa. Esse é um momento de reciclagem de idéias e o que é mais rico: de revisão quadrienal dos caminhos e das metas da Fiocruz. Em Farmanguinhos, teremos muito trabalho nos próximos quatro anos e uma intensa discussão sobre o caminho da unidade, produtora pública de medicamentos. A decisão sobre o futuro da unidade vai gerar não só impacto interno, mas também para todos os laboratórios públicos e privados de medicamentos do Brasil.


Carlos Maurício de Paulo Maciel, diretor do IFF


Alguns consideram que a gestão democrática da Fiocruz divide as unidades, no entanto, quando esse exercício acontece com representatividade, é muito mais consensual do que quando há um dirigente maior indicando o gestor para o cargo. As expectativas e as cobranças também são maiores, mas vamos trabalhar para transformar o IFF numa instituição de assistência, pesquisa e ensino na área de saúde da mulher, da criança e do adolescente, tendo como um dos desafios a criação do Instituto Nacional de Saúde da Mulher e da Criança, uma demanda da Presidência da Fiocruz e do Ministério da saúde.


Eduardo Chaves Leal, diretor do INCQS


Ao longo de quase 28 anos de Fiocruz, tive a chance de acompanhar esse caminhar democrático da instituição, desde a época do (Sergio) Arouca. Assumo o INCQS num momento de muita tranqüilidade, porque esta casa está numa fase muito importante de maturidade estrutural e de corpo funcional, apontando para grandes avanços dentro em breve, particularmente, na vinculação da vigilância sanitária com a pesquisa, o ensino, a comunicação, o desenvolvimento tecnológico e com todas as vice-presidências e unidades da Fiocruz.


Valdiléa Veloso, diretora do Ipec


Esse momento de felicidade proporcionado pela gestão democrática na Fiocruz nos gera muitos frutos, sendo bastante produtivo para um ambiente de trabalho agradável. Espero que, nos próximos quatro anos, possamos trabalhar de forma mais integrada, para somar esforços, evitar duplicação de trabalhos e fazer um melhor uso dos recursos que são destinados a nossa instituição.


Eduardo Freese, diretor da Fiocruz Pernambuco


Ao assumir a direção da Fiocruz Pernambuco, há dois anos, para dar prosseguimento ao mandato do ex-diretor, que saiu da unidade, procurei implantar e reforçar projetos que realçassem a importância da Fundação no Nordeste, levando em conta as especificidades da região, bem como nossa cada vez maior inserção em programas de cooperação nacional e internacional. Também queremos ampliar a integração entre ensino e pesquisa. A instituição tem crescido muito e temos oferecido melhores condições de trabalho aos nossos pesquisadores. Os desafios são grandes, mas vamos vencê-los.


Samuel Goldenberg, diretor da Fiocruz Paraná


A posse desses 16 diretores para novos mandatos é o coroamento de um processo democrático que honra a Fiocruz e seus servidores. No caso do Paraná, o processo eleitoral foi o ponto alto de uma trajetória que teve início há oito anos, quando a semente da Fundação foi plantada no estado, o primeiro da região a contar com uma unidade da instituição. E esse é um fato extremamente relevante para a ciência e a tecnologia em saúde do Sul do país. Temos agora de manter a competência e a maturidade mostradas até aqui para fazer crescer e frutificar a mais nova unidade da Fundação.


Mitermayer Galvão dos Reis, diretor da Fiocruz Bahia


É um orgulho pertencer a uma instituição como esta, onde se vive a prática a gestão participativa e democrática. E como sempre foi inovadora e norteadora de rumos, a Fundação deve agora voltar seus olhos para as transições epidemiológica e demográfica que são observadas no Brasil, com o aumento da importância das doenças cardiocirculatórias e crônico-degenerativas no planejamento das ações e estratégias de saúde pública. Agindo assim, vamos reafirmar nosso compromisso com a inovação, uma das marcas registradas da Fundação. Sem esquecer que precisamos estar voltados também para as doenças negligenciadas, ainda tão comuns no país.


Roberto Sena Rocha, diretor da Fiocruz Amazônia


A eleição para o cargo de diretor é um sinal de que o projeto implantado coletivamente na unidade está dando certo, de que a Fiocruz Amazônia caminha para se tornar uma instituição de ponta para a saúde e a ciência na Região Norte. Agora, com a casa arrumada, vamos investir mais em pesquisa e em políticas de recursos humanos.


Rodrigo Corrêa, diretor da Fiocruz Minas

 

Como pesquisador e servidor da Fundação há muitos anos, é um orgulho fazer parte deste processo. Acredito que a Fiocruz Minas precisa dar um salto e se tornar mais conhecida no estado que a acolhe, atingindo um novo patamar. E também queremos estar mais próximos de outras unidades da Fundação, como Biomanguinhos e Farmaguinhos, firmando parcerias. Queremos atacas as doenças da pobreza.


Artur Roberto Couto, diretor de Biomanguinhos


É um momento especial, pelo que significa de reconhecimento do trabalho desenvolvido e avalizado pelos servidores da unidade. A votação que tivemos foi expressiva, o que nos gratifica e honra. O desafio é manter o alto padrão da gestão que chega ao fim, o que não é fácil. Para essa tarefa, no entanto, contaremos com o apoio do diretor que sai, Akira Homma.


Tânia Cremonini de Araújo-Jorge, diretora do IOC


É uma alegria especial participar desse momento. É também um enorme desafio. A meta é fazer a Fiocruz crescer de maneira coesa, aproveitando as oportunidades.


Umberto Trigueiros, diretor do Icict


Foi, e ainda é, pra mim uma grande surpresa ter sido eleito diretor. Nunca me imaginei nesta situação. Mas credito essa novidade a uma trajetória de 22 anos na instituição, em que julgo ter correspondido. E agora sou o primeiro jornalista a assumir a direção de uma unidade da Fundação. Portanto, a responsabilidade é muito grande, também porque a unidade tem crescido bastante. Um desafio especial será a trazida pelo novo Programa de Pós-graduação em Informação e Comunicação em Saúde (PPGICS), que iniciará as primeiras turmas de mestrado e doutorado ainda este ano. E creio que caberá à unidade abrir a discussão da nossa política de comunicação, tendo em vista a realização da 1ª Conferência Nacional de Comunicação, convocada pelo governo federal e marcada para o fim deste ano.


Publicado em 25/5/2009.

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