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31/10/2011

Disponível na internet, livro mostra passáros comuns em Manguinhos

Mara Figueira


O sabiá-laranjeira já começou a cantar. Pudera: com o início da primavera, está aberta a época de reprodução. Para as aves, é hora de encontrar seu par. Para quem gosta de observá-las, é tempo de aproveitar o melhor período do ano para avistar espécies, que estão por aí a cantarolar e a fazer a corte. Uma temporada que pode render belos achados para quem percorre o campus de Manguinhos, como mostra o livro Voo pela Fiocruz.


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Imagem de um sabiá-laranjeira, do livro Voo pela Fiocruz. Foto: Davi Tavares





Lançado em maio e disponível na internet, a obra é um guia de observação de aves encontradas na área da Fundação. Estão lá beija-flores, periquitos, gaviões, andorinhas e o próprio sabiá-laranjeira, ave símbolo do Brasil, entre muitas outras. Todas acompanhadas por informações como o nome científico, o popular (em português e inglês), dados sobre a família, características físicas, hábitat, alimentação, localização no Brasil e na Fundação.


Elaborado pelo zoólogo da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca Salvatore Siciliano e seu ex-aluno de iniciação científica, Davi Castro Tavares, com o apoio da equipe do Museu da Vida, Voo pela Fiocruz foi feito com base em um levantamento não sistemático realizado entre 2002 e 2010 que identificou mais de 70 espécies de aves circulando pela Fundação, além de observações mais detalhadas realizadas por duas semanas especialmente por conta da publicação do guia.


“Para o livro, selecionamos 43 espécies que têm mais chances de serem vistas pelo campus”, conta Salvatore Siciliano. É o caso do beija-flor-tesoura, um dos maiores beija-flores que existem. Esta espécie, que tem quase 20 centímetros de comprimento, pode ser encontrada por todo o campus, exceto no rio Jacaré. “É interessante ver como a Fiocruz virou uma ilha verde no meio da Avenida Brasil, em meio à ocupação urbana. É impressionante como atrai toda uma avifauna, bastante diversificada até”, comenta Salvatore Siciliano.


Para o zoólogo, o destaque fica por conta dos papagaios e periquitos que podem ser vistos pelo campus de Manguinhos. Um deles é o periquito-rei, que pode ser encontrado, entre vários outros locais, nas palmeiras que existem em torno do Castelo da Fundação, na época em que os frutos estão nascendo. “Essa espécie é originária do centro-oeste e foi introduzida no Rio de Janeiro não se sabe ao certo como”, conta.


Mas há atrações para todos os gostos pela Fundação. “Há aves associadas a ambientes aquáticos, como garças e gaivotas, e aves de matas, como o arapaçu-de-cerrado”, explica Salvatore Siciliano. Os populares joão-de-barro e bem-te-vi dividem espaço com aves nem tão conhecidas como a guaracava-de-barriga-amarela, que chama atenção pelo seu estiloso topete.


Para observar espécies como essas, a dica é ler o guia e percorrer o campus com olhos atentos. Segundo a chefe do Circuito de Visitação do Museu da Vida, Rosicler Neves, no primeiro semestre de 2012, uma atividade totalmente voltada para observação de aves passará a ser oferecida ao público. Até lá a trilha histórico-ecológica pode ser um bom programa. Nesta caminhada pelo campus de Manguinhos, os visitantes passeiam por edifícios antigos, conhecem a flora local e também podem observar pássaros, já que recebem binóculos.



Voo pela Fiocruz



Com tiragem de mil exemplares, o livro é distribuído principalmente em atividades do Museu da Vida que exploram o seu conteúdo – como a trilha histórico-ecológica –, além de escolas. Mas os funcionários da Fiocruz podem pedir seu exemplar na secretaria do Museu da Vida (tel: 3865-2161). “Procuramos sempre dar uma atenção especial a pedidos internos, dentro das possibilidades”, diz a chefe do Circuito de Visitação do Museu da Vida, Rosicler Neves, que adianta que um novo livro sobre biodiversidade da Fiocruz já começa a ser elaborado. Desta vez, o tema será insetos e a obra será feita em parceria com o Instituto Oswaldo Cruz.



Dirac também de olho nas aves



Um levantamento de fauna, feito a pedido do Departamento de Meio Ambiente da Diretoria de Administração do Campus (Dirac) em Manguinhos, listou 46 espécies de aves na área da Fundação, assim como espécies de calangos, teiús, morcegos, gambás e saguis. Suiriri, lavadeira-mascarada, rolinha-caldo-de-feijão, bico-de-lacre e carrapateiro foram algumas das espécies encontradas na análise, que foi feita em associação a um inventário das plantas existentes na área da Fundação. “O inventário arbóreo serve para que possamos ver quais espécies de plantas existem na área da Fiocruz. A partir dele, elabora-se um projeto paisagístico, que especifica as plantas a serem usadas, uma escolha que pode facilitar a vida da fauna e até ampliá-la”, explica a coordenadora da área de projetos paisagísticos do Departamento de Meio Ambiente da Dirac, a arquiteta e urbanista Guta Cabral. Pode-se, por exemplo, investir em árvores frutíferas, que atraem aves. No campus, atualmente, existem jaqueiras, amendoeiras, pitangueiras, entre muitas outras espécies que têm a característica de atrair pássaros.


Publicado em 31/10/2011.

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