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27/01/2010

Dissertações levantam dados sobre condições de saúde do Acre

Informe Ensp


Doze dos quinze alunos da primeira turma do mestrado em saúde coletiva no Acre, criado a partir da associação temporária entre a Universidade Federal do Acre (Ufac) e a Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), já defenderam suas dissertações no programa. A maioria dos trabalhos teve como base um estudo populacional feito em Rio Branco sobre as condições de saúde da população, e aborda a situação de violência na cidade, o estado nutricional de crianças, os acidentes de trânsito, prevalência de câncer, diabetes e hipertensão, dentre outros.


 Ponte sobre o Rio Acre, na região central de Rio Branco

Ponte sobre o Rio Acre, na região central de Rio Branco


A pesquisa na capital do Acre foi coordenada pelo professor Pascoal Muniz e desenvolvida nos mesmos moldes do Inquérito Domiciliar de Fatores de Risco para Doenças Crônicas, realizado pelo Instituto Nacional de Câncer e pelo Ministério da Saúde em várias capitais do país. Foi uma amostra com cerca de 1,6 mil adultos, de todos os grupos sociais da cidade, e que irá permitir a comparação dos dados com outras regiões.


Os temas contemplados nas dissertações abordaram a violência autorreferida na população de Rio Branco; o estado nutricional de crianças menores de 5 anos; uma avaliação do excesso de peso na população; a prevalência de hipertensão arterial autorreferida; a prevalência de diabetes autorreferida; uma avaliação do pré-natal, parto e puerpério; um inquérito de rastreamento populacional de câncer de mama e colo uterino; a prevalência de acidentes de transito e fatores associados; a prevalência de morbidade autorreferida na população; e prevalência e fatores associados à atividade física. Outras duas dissertações já foram defendidas e não estavam relacionadas ao inquérito. Elas analisaram a mortalidade das populações indígenas dos distritos sanitários do Alto Juruá e Purus, no Acre, e a percepção de risco do uso de agrotóxicos no trabalho rural. Mais três defesas serão realizadas ainda no primeiro semestre de 2010.


Para o coordenador da parceria na Ensp, Sergio Koifman, o produto da primeira turma levanta dados primários sobre as condições de saúde numa visão que retrata o realmente que se passa com a população. "Foi uma amostra com cerca de 1,6 mil adultos, de todos os grupos sociais de Rio Branco. Acredito que é o primeiro estudo dessa natureza e abrangência na região norte. Isso coloca subsídios para a pós-graduação da Ufac e as autoridades de saúde trabalharem em políticas públicas voltadas para a especificidade da região".


Ainda de acordo com Koifman, os alunos egressos da primeira turma vão trabalhar como monitores na turma que irá se formar em março. Isso se deve pelo destaque no aproveitamento dos atuais alunos. "Com o aproveitamento desses alunos, damos o primeiro passo para reafirmar o espírito da associação temporária, que é implantar um programa que tenha continuidade. Além disso, estamos incentivando que venham fazer o doutorado na Ensp. Muitos estão se preparando com a publicação de artigos e definição dos problemas de pesquisa. A qualidade dos alunos e o grau de compromisso e envolvimento dos alunos foi o grande diferencial desta primeira turma. Isso é fundamental para assumirem, daqui a quatro anos, a condução do curso".


A proposta de associação temporária entre a Ufac e a Ensp começou em dezembro de 2007. Esse tipo de acordo é analisado como indicativa de uma das mais elevadas formas de solidariedade acadêmica entre programas de pós-graduação, de maneira que a Ensp vem atuando como âncora do programa na sua fase inicial até que ele possa se desenvolver de forma autônoma. O mestrado é coordenado pela pesquisadora Simone Opitz. A seleção para a segunda turma do mestrado terá início em fevereiro. A prova escrita será no dia nove do mesmo mês, e as provas orais entre os dias 24 e 26. O curso terá início em março.


Publicado em 25/1/2010.

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