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20/02/2013

DNDi ganha Prêmio Carlos Slim em Saúde 2013


A iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi) da América Latina recebeu o Prêmio Carlos Slim em Saúde pelos seus dez anos de trabalho e realizações excepcionais em pesquisa e desenvolvimento (P&D), com a finalidade de proporcionar novos tratamentos para os pacientes negligenciados da região. O prêmio de US$ 100 mil será entregue em cerimônia na Cidade do México, em abril. “Não há dúvidas de que o reconhecimento, por parte do júri, do trabalho realizado nos dez últimos anos pela DNDi na América Latina, é um fato a ser comemorado”, disse o diretor do Instituto Carlos Slim de Saúde, Roberto Tapia. “Esperamos que esse prêmio estabeleça um precedente para um maior engajamento e incentivo em favor de inovações em saúde na América Latina. É um apelo e um estímulo para que mais atores conjuguem esforços para intensificar a descoberta e o desenvolvimento de inovações em favor da saúde dos mais pobres, marginalizadas e esquecidos, cujas necessidades nessa área continuam sendo negligenciadas”. A Fiocruz é uma das instituições que criaram a DNDi, em 2003.






Os prêmios foram concedidos pelo Instituto Carlos Slim de Saúde, fundado há seis anos pelo empresário mexicano Carlos Slim Helú. O instituto é uma organização sem fins lucrativos voltada para os problemas fundamentais de saúde que afetam as populações mais vulneráveis do México, da América Latina e do Caribe. Os prêmios são conferidos anualmente em duas categorias: Trajetória em Pesquisa e Instituição Excepcional. Entre as 75 indicações vindas de 15 países da América Latina e do Caribe, a DNDi América Latina foi selecionada para receber o prêmio de Instituição Excepcional pelo seu extraordinário trabalho em P&D para doenças negligenciadas.

 

“Receber o Prêmio Carlos Slim em Saúde é uma honra e significa o reconhecimento dos esforços contínuos da DNDi América Latina para a pesquisa em doenças negligenciadas no continente americano”, disse o diretor-executivo da DNDi América Latina, Eric Stobbaerts. “Nosso enfoque primordial é assegurar tratamentos urgentemente necessários usando um modelo que se provou eficiente na luta contra essas doenças que afetam milhões de pessoas negligenciadas”.


Completando, em 2013, dez anos de vida, a DNDi e seus parceiros desenvolveram e disponibilizaram, desde sua criação, e por meio de um modelo inovador de P&D, seis novos tratamentos para as  doenças negligenciadas. Duas dessas inovações destinadas a salvar vidas foram desenvolvidas na América Latina: o ASMQ, artesunato + mefloquina, para o tratamento da malária, e uma forma de dosagem pediátrica de benznidazol destinada ao tratamento de crianças portadoras da doença de Chagas, principal causa de morte por parasita nas Américas. Desde seu lançamento, em 2008, cerca de 260 mil tratamentos de ASMQ foram disponibilizados para pacientes, pelo laboratório farmacêutico Farmanguinhos, da Fiocruz.


O prêmio contribuirá para as atuais atividades que a DNDi esta  realizando na América Latina  para desenvolver novas drogas mais seguras e mais eficazes para combater a doença de Chagas e a leishmaniose, outra doença tropical debilitante e que pode ser mortal. A organização foi indicada para o prêmio pelo pesquisador Carlos Morel, diretor do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde da Fiocruz e membro do Conselho Administrativo da DNDi América Latina.


Enquanto algumas doenças negligenciadas são mortais, outras causam e perpetuam a pobreza, encerrando populações e países em um círculo vicioso onde as pessoas, inclusive as crianças, adoecem e não podem nem trabalhar nem aprender, perpetuando assim os problemas financeiros e educacionais daquelas famílias esquecidas. A saúde é um dos requisitos mais importantes para o desenvolvimento social e econômico e enfrentar a carga arcaica das doenças tropicais negligenciadas deve ser uma prioridade para as agendas internacionais.


Desde 2008, o Instituto Carlos Slim de saúde concedeu 12 prêmios a pessoas e organizações sem fins lucrativos. “Devemos celebrar o trabalho realizado pela DNDi na América Latina no últimos dez anos, especialmente porque esse prêmio é outorgado por um país da América Latina, como o México, investindo em pesquisas para doenças negligenciadas e populações vulneráveis em toda a região”, acrescentou Stobbaerts.


A DNDi América Latina


A iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi) é uma organização de pesquisa e desenvolvimento sem fins lucrativos que trabalha para oferecer novos tratamentos para doenças negligenciadas, em especial a doença do sono (tripanossomíase humana Africana), doença de Chagas, leishmaniose, infecções filariais, malária e HIV pediátrico. A DNDi foi criada em 2003 por Médecins Sans Frontières/Médicos Sem Fronteiras (MSF), Conselho Indiano de Pesquisa Médica (ICMR), Instituto de Pesquisa Médica do Quênia (KEMRI), Ministério da Saúde da Malásia e Instituto Pasteur, da França e Fiocruz. O Programa Especial da OMS para Pesquisa de Doenças Tropicais (WHO / TDR) trabalha como um observador permanente.


A DNDi na América Latina é baseada no Rio de Janeiro e é um dos sete escritórios regionais da organização no mundo. Formando alianças-chave com o setor público e privado e estabelecendo plataformas, a DNDi América Latina gerencia projetos para a doença de Chagas, leishmaniose e malária e lidera atividades de comunicação e conscientização em prol de pacientes negligenciados por toda América Latina. Desde sua criação, em 2003, a DNDi entregou seis novos tratamentos para pacientes negligenciados: dois antimaláricos em dose fixa (ASAQ e ASMQ), a terapia combinada nifurtimox-eflornitina (NECT) para a fase final da doença do sono, terapia combinada estibogluconato de sódio e paromomicina (SSG & PM) para leishmaniose visceral na África, um conjunto de terapias de combinação para a leishmaniose visceral na Ásia, e uma nova apresentação pediátrica do benznidazol para a doença de Chagas.


A DNDi tem ajudado a estabelecer três plataformas de pesquisa clínica: Plataforma de Leishmaniose na África Oriental (LEAP), no Quênia, Etiópia, Sudão e Uganda; Plataforma HAT com base na República Democrática do Congo para a doença do sono, e Plataforma de Pesquisa Clínica em Doença de Chagas na América Latina. Redes regionais fortes como essas ajudam a fortalecer a investigação e as capacidades de implementação de tratamento de nos países endêmicos.



O Instituto Carlos Slim da Saúde



O Instituto Carlos Slim da Saúde é uma organização sem fins lucrativos voltada para a solução dos principais problemas de saúde que afetam as populações mais vulneráveis da América Latina e do México. O instituto gera soluções inovadoras, sustentáveis e reproduzíveis direcionadas à melhora da saúde das pessoas, e estabelece alianças com os setores público, privado e social com vistas à implementação de modelos inovadores e de soluções tecnológicas avançadas e ao fortalecimento do capital humano. O instituto desempenha o papel de catalisador de mudanças no provimento de políticas e serviços de saúde baseados na evidência e direcionados à saúde pública.


Publicado em 19/2/2013.

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