Início do conteúdo

01/03/2007

Documentário sobre vetor do dengue representa o Brasil em eventos internacionais de cinema científico

Gustavo Barreto


Premiado no festival internacional de cinema Mif-Sciences, em junho de 2006, o documentário O mundo macro e micro do mosquito Aedes aegypti: para combatê-lo é preciso conhecê-lo, produzido pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC), uma unidade da Fiocruz, representará o Brasil em eventos de cinema científico em Praga e Madri nos próximos dias. O curta-metragem, única produção brasileira a participar do 15º Festival de Cinema sobre Medicina, Saúde e Telemedicina (Videomed), ocorrido em novembro, na Espanha, será exibido na jornada de cinema científico da Associação Espanhola de Cinema Científico (Asecic) e na 2ª Conferência Internacional Emtech / 44º Festival Internacional Techfilm, em Praga. A exibição em Madri ocorrerá nesta nesta quinta-feira (1º/03), no Museu Nacional de Ciências Naturais, como parte das Jornadas de Cinema Científico, que são realizadas mensalmente.


 Modelo virtual em 3D do Aedes aegypti (setor de Tratamento e Produção de Imagem/IOC)

Modelo virtual em 3D do Aedes aegypti (setor de Tratamento e Produção de Imagem/IOC)


“Participar de um evento desse porte é como publicar um artigo em uma revista de alto impacto”, comemora Genilton Vieira , diretor do filme e coordenador do setor de Produção e Tratamento de Imagens do IOC. O filme participa da exibição juntamente com o documentário A mitocôndria em três atos, de Leopoldo de Meis, com apoio do Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ. O filme foi levado por Genilton, que representa o Brasil no evento. As produções brasileiras serão arquivadas na midiateca do museu.


O documentário do IOC, que mescla imagens reais e virtuais para retratar o ciclo de vida do Aedes aegypti, também será exibido na 2º Conferência Internacional Emtech / 44º Festival Internacional Techfilm, que ocorrerá em Praga, na República Tcheca, de 5 a 9 de março. Dois filmes do Instituto de Bioquímica da UFRJ também serão exibidos, representados por Genilton. Outras informações sobre o festival podem ser verificadas clicando aqui.


Ser o único brasileiro a participar de festivais internacionais é bom por um lado, mas também é sintoma de uma grave deficiência do país, adverte Genilton. “No festival Mif-Sciences foram exibidos 34 filmes da Argentina, nove do Chile e seis de Cuba. Do Brasil, apenas o nosso documentário concorreu”, alerta o membro da Associação Mundial de Filmes de Medicina e Saúde (Wamhf), acrescentando que a produção de filmes nesta área precisa ser estimulada. “É preciso repensar filmes científicos no Brasil, de forma a produzir cada vez mais materiais de qualidade”, avalia.


Segundo ele, há uma forte demanda por cooperação internacional nessa área, o que pode gerar oportunidades para produtores brasileiros. “Nosso papel é abrir caminhos. Precisamos formar multiplicadores nessa área”, acrescenta. “As leis de incentivo às produções nacionais na Europa são um exemplo para nós. Não é à toa que há muita produção de filmes científicos por lá. No Brasil as grandes emissoras e produtoras não costumam dar esse incentivo à área científica e os incentivos governamentais não são suficientes”, pondera. O diretor antecipa que o documentário será exibido em outros três eventos internacionais ainda este ano.

Voltar ao topo Voltar