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07/04/2008

Drogas e saúde: publicado livro que reúne experiências bem sucedidas

Bel Levy


A questão das drogas emerge cada vez mais, em todo o mundo, como um grave problema nos contextos da educação e da saúde pública. Um dos maiores obstáculos reside em aperfeiçoar as abordagens dos educadores sobre o problema, transformando de forma efetiva a vulnerabilidade dos jovens aos entorpecentes. O Instituto Oswaldo Cruz (IOC) da Fiocruz encarou este desafio e, em parceria com o Instituto C&A, trabalhou o tema com 28 educadores de 14 instituições sociais cariocas. As diferentes soluções encontradas pelos educadores estão reunidas em um livro que resume esta iniciativa. Distribuído em todos os estados e disponível gratuitamente online, o material pode servir como um guia valioso para entidades brasileiras que atuam com jovens e estão dispostas a encarar de frente a questão da dependência química e das drogas.



O programa Saúde e Drogas: Desenvolvimento e Avaliação de Ações Educativas em Programas Sociais teve duas etapas: inicialmente, uma oficina de trabalhos reuniu durante um ano os educadores das instituições participantes. Neste período eles foram apresentados a conceitos teóricos sobre o tema e puderam discutir, em dinâmicas, quais os principais problemas encontrados no dia-a-dia. Cada uma das instituições foi convidada a formular uma solução para sua realidade específica a partir dos conhecimentos adquiridos. O resultado são 14 soluções educativas para 14 realidades bastante diferentes – tanto em termos da disponibilidade de recursos quanto em perfil dos jovens assistidos.


As oficinas de trabalho com os educadores e as soluções propostas por eles estão incluídas no livro Educação, drogas e saúde: uma experiência com educadores de programas sociais. O programa e o livro que o resume foram desenvolvidos por Simone Monteiro, chefe do Laboratório de Educação em Ambiente e Saúde do IOC; Sandra Rebello, terapeuta que atua como consultora do laboratório para de projetos na área de saúde, educação e drogas; Marly Cruz, pesquisadora visitante da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp) da Fiocruz; e  Cristina Castello Branco, da Secretaria de Estado da Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro.


“O livro funciona como um guia, um manual que apresenta de forma simples e dinâmica a experiência do programa, permitindo sua adaptação em contextos diversos. Para isso, descreve todo o plano de ação executado pelo programa, destacando percepções e considerações dos participantes”, explica a coordenadora do programa, Simone Monteiro. Fundado em 1900, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC) é mais reconhecido por suas atividades de pesquisa na área biomédica, mas também desenvolve ações em projetos educativos na área de pesquisa em saúde. “A educação também é uma linha de pesquisa e é importante desenvolver – e aplicar – estudos que possam colaborar para o sucesso de projetos como esse. A realização do programa e a publicação livro integram uma linha de pesquisa crescente no IOC, que desenvolve materiais educativos para promoção do conhecimento científico”, avalia Simone.


“O uso de drogas é um tema polêmico, que deve ser tratado com seriedade e responsabilidade, mas sem hipocrisia. É preciso ultrapassar a abordagem repressiva que simplesmente proíbe o uso de drogas e discutir os mitos, desejos e dúvidas que emolduram o tema – é esse o principal objetivo do programa”, conclui Simone.

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