A Fiocruz recebeu, na madrugada desta quinta-feira (12/11), à 0h, um caso de suspeita de ebola. O paciente foi encaminhado para o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), no Rio de Janeiro, referência nacional para casos da doença, seguindo protocolo de segurança. Trata-se de um homem, de 46 anos, vindo da Guiné, que chegou ao Brasil no dia 6 de novembro e começou a apresentar sintomas como febre alta, dor muscular e dor de cabeça no último dia 8.
Simulação: paciente com suspeita de ebola chega ao hospital (foto: arquivo CCS)O paciente foi identificado na Unidade de Pronto Atendimento da Pampulha, em Belo Horizonte (MG), na última terça-feira (10/11), às 20h, e classificado como suspeito de infecção por ebola. Logo após, foi encaminhado para o Hospital Eduardo de Menezes, referência em infectologia. A transferência para o Rio de Janeiro foi realizada em avião da Força Área Brasileira. A chegada na Fiocruz foi realizada em ambulância e seguiu todos os protocolos de segurança necessários.
A Fiocruz divulgará boletins diários sobre o estado clínico do paciente. Confira as informações liberadas no primeiro informativo divulgado. O diagnóstico molecular está sendo realizado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). O resultado do primeiro teste sairá 24 horas após a coleta de amostras e será divulgado pelo Ministério da Saúde. Caso seja negativo, 48 horas após a coleta de sangue, será realizado novo exame para a confirmação do resultado. Novamente, o resultado deverá sair em 24 horas.
O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), onde esteve internado o primeiro paciente com suspeita de ebola no Brasil, em 2014, e agora um novo caso suspeito, é referência nacional para a enfermidade e está preparado para dar as respostas necessárias ao sistema de saúde. Antes e depois da internação do primeiro paciente, o INI realizou simulações que envolveram dezenas de profissionais de saúde, mostrando que as equipes estão bem treinadas para a eventualidade de surgirem novos casos. Sobre a condução do primeiro caso, a OMS e o Ministério da Saúde elogiaram a atuação da Fiocruz, que seguiu todos os protocolos recomendados, sem que fossem registradas falhas em qualquer uma das etapas do procedimento.
Saiba mais sobre o caso atual.
Guiné, Serra Leoa e Libéria foram os países mais afetados pelo surto da doença no ano de 2014. Dos três países, apenas Guiné continua registrando transmissão do ebola. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já declarou a interrupção da transmissão da doença na Serra Leoa e na Libéria. O fim de um surto de ebola apenas é declarado oficialmente após o término de 42 dias sem nenhum novo caso confirmado.
A primeira vez que o vírus Ebola surgiu foi em 1976, em surtos simultâneos em Nzara, no Sudão, e em Yambuku, na República Democrática do Congo, em uma região situada próximo do Rio Ebola, que dá nome à doença. O vírus foi associado a um surto de 318 casos de uma doença hemorrágica no Zaire (hoje República Democrática do Congo), em 1976. Dos 318 casos, 280 pessoas morreram rapidamente. No mesmo ano, 284 pessoas no Sudão também foram infectadas com o vírus e 156 morreram.
Na epidemia de 2014, foram reportados 28.599 casos suspeitos de ebola em Guiné, Serra Leoa e Libéria, com 11.299 mortes. A maioria dos casos aconteceu entre agosto e dezembro de 2014, quando o número de infectados começou a cair nos três países.
Este especial reúne conteúdos que apresentam a atuação da Fiocruz naquele momento, por meio de esclarecimentos a respeito de prevenção, sintomas, diagnóstico e internação. Pesquisadores da Fundação que conhecem o tema detalham todas essas questões, que são hoje de fundamental interesse, tendo em vista a inédita dimensão que a epidemia assumiu em 2014.