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17/02/2011

Edição de fevereiro da revista 'Memórias do Instituto Oswaldo Cruz' está na internet


Após comemorar o início de 2011 com a marca de revista científica brasileira com maior fator de impacto no Scimago Journal Ranking (SJR), com 0,142 pontos, a primeira edição do ano da revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz traz 18 artigos de instituições nacionais e internacionais e conta com pesquisas inéditas sobre malária, doença de Chagas e  leishmaniose. Um estudo realizado na área metropolitana de Porto Alegre trouxe a primeira confirmação da circulação de metapneumovírus humano (hMPV) e do bocavírus humano (hBoV) na região. Os agentes estão associados a infecções do trato respiratório inferior entre crianças. Foram analisadas 455 amostras de pacientes coletadas entre maio de 2007 e junho de 2008. O hMPV foi detectado em 14,5% e o hBoV em 13,2% do total. A taxa de co-infecção foi de 43,7%, o que fornece evidências de envolvimento frequente de ambos os vírus em crianças com infecção aguda do trato respiratório viral. O artigo é assinado por pesquisadores do Hospital de Clínicas de Porto Alegre da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Feevale e Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.


 Imagem na capa da nova edição da revista mostra oocistos de <EM>Plasmodium vivax</EM> no intestino médio de um <EM>Anopheles cracens</EM>

Imagem na capa da nova edição da revista mostra oocistos de Plasmodium vivax no intestino médio de um Anopheles cracens


Uma pesquisa reunindo cientistas da Tailândia e Coreia do Sul testou o potencial de transmissão da malária de cinco espécies de mosquitos anofelinos encontradas em diferentes regiões tailandesas. Em laboratório, nove colônias de cinco espécies de complexos Anopheles barbirostris foram infectadas experimentalmente com Plasmodium falciparum e P. vivax, os principais parasitos causadores da malária. As amostras de A. campestris obtidas nas localidades tailandesas de Chiang Mai e Udon Thani, bem como as espécies A. barbirostris A3 e A. barbirostris A4 não foram consideradas vetoras potenciais de P. falciparum. Amostras de A. campestris das localidades de Sa Kaeo e Ayuttaya e as espécies de A. barbirostris A4 mostraram-se vetores não-potenciais para P. vivax. A pesquisa revelou também que as espécies de A. barbirostris A1, A2 e A3 foram vetores de baixo potencial para P. vivax. Já as amostras de A. cracens e A. campestris da localidade de Chiang Mai foram vetores de alto potencial para P. vivax.


Ainda na edição de fevereiro das Memórias, um artigo desenvolvido por pesquisadores da Fiocruz Bahia, Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) investigou a associação dos níveis de diferentes citocinas (moléculas envolvidas nas reações imunes do organismo) com a resposta inflamatória e a progressão da leishmaniose. No experimento, camundongos foram infectados com L. amazonensis isoladas de pacientes com diferentes graus de manifestação da doença (leishmaniose localizada, cutâneo-difusa e leishmaniose visceral). Os resultados apontam que os níveis das citocinas IFN-γ, IL-4 e IL-10 não diferiu entre os grupos. O estudo constatou ainda que todos os grupos foram incapazes de controlar a infecção. Os pesquisadores sugerem que a expressão de IL-4 associada à baixa produção de IFN-γ na fase inicial da infecção pode contribuir para a susceptibilidade, mas ponderam que outros fatores podem contribuir para as diferenças observadas na resposta inflamatória e progressão da infecção.


O comportamento alimentar do Triatoma vitticeps – uma espécie de barbeiro encontrada no Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e sul da Bahia, considerado vetor potencial para a doença de Chagas – foi investigado com o objetivo de identificar suas fontes de alimento e caracterizar seu processo de ingestão de sangue. O estudo testou se a saliva do vetor interfere na percepção do hospedeiro durante a picada: foi demonstrado que a saliva do T. vitticeps diminui, gradualmente e de forma irreversível, a amplitude do potencial de ação da fibra nervosa do hospedeiro, o que ajuda a diminuir a percepção da picada do inseto pelo hospedeiro. O estudo foi desenvolvido por pesquisadores da Fiocruz Minas, Laboratório Nacional e Internacional de Referência em Taxonomia de Triatomíneos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/ Fiocruz) e Universidade Federal de Minas Gerais.


Acesse gratuitamente a edição das Memórias aqui.


Publicado em 16/2/2011.

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