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26/11/2007

Edição especial de revista enfoca Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis

Fernanda Marques


Avanços e desafios em relação à Aids e a outras doenças sexualmente transmissíveis (DST) são apresentados em suplemento especial da revista Cadernos de Saúde Pública da Fiocruz. Recém-publicada, a edição reúne 12 artigos que mostram, por exemplo, a melhoria da qualidade de vida das pessoas vivendo com o HIV e a necessidade de reduzir a prevalência da sífilis e sua transmissão congênita.



Um dos estudos, realizado em Goiás, encontrou que, entre mães portadoras do HIV que fizeram profilaxia adequada, a transmissão do vírus para o bebê foi de 1%. No grupo das mães com HIV que não fizeram a profilaxia, esse percentual foi de 40,8%. Outro artigo indica que as ações para reduzir a transmissão do HIV de mãe para filho são mais bem estruturadas que as da sífilis. “Reconheceu-se a necessária e urgente priorização das sífilis na gravidez”, diz o artigo. “A eliminação da sífilis congênita requer insumos de baixo custo, bem como ações sustentáveis a longo prazo”. Mais opções para o controle dessa doença são apresentadas por uma pesquisa segundo a qual quatro diferentes testes atendem aos requisitos necessários para que sejam usados no diagnóstico da infecção.


A introdução da terapia anti-retroviral de alta potência (Haart) no Brasil também foi alvo de estudos. Após a Haart, os pesquisadores verificaram um grande aumento da sobrevida e da qualidade de vida dos pacientes com HIV, além da redução expressiva dos episódios de doenças oportunistas. Por outro lado, observaram outros desafios em relação à Aids, como a co-infecção com hepatite C, os distúrbios metabólicos e cardiovasculares, as cepas do vírus resistentes e o conseqüente aumento dos custos da terapia.


Em crianças com HIV, antes da Haart, o risco de infecção oportunista era 5,4 vezes maior e o de hospitalização, 3,3 vezes maior. Além disso, após a introdução dessa terapia, o tempo de hospitalização caiu de 15 para 9 dias e houve 38% de declínio nos óbitos. Há, ainda, um trabalho que aponta a redução proporcional dos casos de Aids devido ao uso de drogas injetáveis, assim como o crescimento da morbi-mortalidade pela doença nas populações socioeconômicas mais baixas e entre as mulheres. O suplemento está disponível aqui.

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