Início do conteúdo

03/03/2010

Editora Fiocruz chega a 270 títulos e intensifica ações para disseminar produção

Renata Moehlecke


Com o título Principais mosquitos de importância sanitária no Brasil, a Editora Fiocruz publicou seu primeiro livro. Assinada pelos pesquisadores Ricardo Lourenço e Routrat Consoli, a obra descrevia de forma concisa esses vetores e sua relação, por exemplo, com medidas de controle e a questão da resistência aos inseticidas. Hoje, após 15 anos, a editora – que sempre teve como objetivo difundir livros em saúde pública, ciências biológicas e biomédicas, pesquisa clínica, ciências sociais e humanas em saúde – já contabiliza aproximadamente 270 títulos. Os mais recentes lançamentos incluem doença de Chagas, Sistema Único de Saúde (SUS), bioética para profissionais de saúde, desigualdades sociais e suas conseqüências para saúde pública.


 A editora recebe por ano uma média de 50 demandas espontâneas para publicação. Todas as submissões passam por um conselho editorial – formado por oito conselheiros – e dois editores científicos

 A editora recebe por ano uma média de 50 demandas espontâneas para publicação. Todas as submissões passam por um conselho editorial – formado por oito conselheiros – e dois editores científicos


“A Editora Fiocruz surgiu a partir da necessidade de tornar público e ampliar o acesso ao conhecimento em ciência e saúde, principalmente à produção acadêmica da Fundação, criando um espaço para dar visibilidade aos resultados das investigações dos pesquisadores da instituição”, explica o editor-executivo João Canossa. “Desde então, as obras não se restringem somente ao que é produzido pela Fiocruz, podendo incluir qualquer pesquisa ou estudo de importância para a área da saúde em âmbito nacional e internacional”.


Segundo Canossa, a editora recebe por ano uma média de 50 demandas espontâneas para publicação. Todas as submissões passam por um conselho editorial – formado por oito conselheiros – e dois editores científicos, que avaliam a qualidade e a adequação do material, bem como a necessidade de encaminhar os originais a pareceristas. “Procuramos sempre ficar atentos aos assuntos que estão na mídia ou nas pautas de prioridades do Ministério da Saúde e que geram conhecimento para áreas específicas, buscando novos autores e estudos inéditos”, comenta o editor. “Pretendemos também traduzir obras de importância em saúde que ainda não tenham similar em português. De forma criteriosa, a intenção é, nos próximos anos, paulatinamente, incrementar as traduções, que, hoje, correspondem a pouco mais de 10% do total da nossa produção”, afirma Canossa.


Para publicar, o autor ou organizador deve seguir alguns requisitos, como, por exemplo, enviar à editora uma carta própria de apresentação dos originais, na qual estejam explicitados os assuntos que o livro discute, as áreas do conhecimento com as quais dialoga, as contribuições que oferece e o público ao qual se destina. “Para passar pela aprovação do conselho, o material deve estar em formato de livro e não de tese ou relatório de pesquisa. Tal mudança não é necessariamente estrutural, mas de léxico, de discurso, com a finalidade de tornar mais enxuto o material, pois dados necessários a teses, como citações, gráficos ou tabelas, mas muitas vezes dispensáveis em um livro”, destaca Canossa.


O processo de exame costuma durar de quatro a seis meses, dependendo da extensão e da complexidade do original. Depois de aprovada, a obra passa, então, pelas etapas de tratamento de texto, copidesque e revisão, elaboração do projeto gráfico de capa e miolo, editoração eletrônica, revisões finais, impressão e acabamento. Ao todo, são 16 profissionais trabalhando na editora e, em média, o livro é publicado após um ano desde sua submissão ao conselho editorial. A tiragem, em geral, varia de mil a 2 mil exemplares. “Alguns dos nossos títulos foram tão procurados que já chegaram à oitava reimpressão”, conta Canossa.


Algumas das obras esgotadas há mais tempo, como o primeiro livro publicado, estão disponíveis para acesso livre no site da editora (http://www.fiocruz.br/editora), em formato pdf. “A nossa intenção é ampliar o acesso dos leitores, seja mediante os livros disponíveis gratuitamente, iniciativa que pretendemos incrementar, seja por meio de uma política de preços ligeiramente abaixo aos de mercado”, afirma o editor. “Também pretendemos oferecer no próprio site da editora um serviço de vendas on line, com a finalidade de levar nossas obras às regiões do Brasil que ainda não são alcançadas pelos distribuidores e livreiros parceiros”.


A Editora Fiocruz conta com seis coleções (intituladas Antropologia e saúde; Criança, mulher e saúde; História e saúde; Loucura & civilização; Saúde dos povos indígenasTemas em saúde) e duas séries (chamadas EpidemioLógica e Trabalho e formação em saúde). No mais, ela também divulga os periódicos científicos editados por unidades da Fiocruz: Cadernos de Saúde Pública; História, Ciência, Saúde – Manguinhos; Memórias do Instituto Oswaldo Cruz; e Trabalho, Educação e Saúde.


“Costumamos sempre apresentar nossa produção editorial em eventos científicos, prioritariamente os da saúde, e em bienais ou feiras do livro”, esclarece Canossa a respeito das principais estratégias de divulgação. “Além de buscarmos espaços de divulgação na mídia geral e especializada, temos importantes parcerias com várias unidades da Fiocruz, no sentido de dar visibilidade ao que publicamos. Um bom exemplo é o programa Ciência e Letras, realizado com o Canal Saúde, que explora o mundo editorial a partir de um viés científico e acadêmico, mas sempre com uma perspectiva agradável, lúdica”.


Publicado em 1º/3/2010.

Voltar ao topo Voltar