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15/09/2006

Educação, comunicação e tecnologia educacional: interfaces com a saúde

Wagner Oliveira


Os usuários serviços de saúde assimilam o conteúdo dos materiais educativos que recebem? Qual a eficácia das tecnologias educacionais como instrumentos de comunicação? De que modo compatibilizar os inúmeros interesses que se confrontam e os significados construídos na relação entre os emissores e os receptores dessas mensagens? Os órgãos públicos e privados que financiam a produção de material educativo têm acompanhado o resultado da veiculação e utilização desses recursos? Saberes de quais áreas disciplinares estão, ou deveriam estar, na base da produção e da avaliação desse material?


As reflexões trazidas no prefácio de Educação, comunicação e tecnologia educacional: interfaces com o campo da saúde bem traduzem o alcance de um dos títulos recém-lançados pela Editora Fiocruz. Como uma das autoras dessa coletânea aborda, “a habilidade de comunicar está na habilidade de contextualizar. Isto quer dizer que o saber comunicar, em qualquer tipo de recurso, está relacionado com a capacidade de conseguir perceber e entrar nos variados contextos que constituem cada situação de comunicação”.


Dividida em dois blocos, a publicação traz na primeira parte uma coleção de reflexões teórico-metodológicas de pesquisadores que nos últimos anos têm se debruçado sobre as implicações para a área de educação em saúde dos produtos comunicativos, sempre com uma perspectiva crítica em relação ao simplismo que reduz a comunicação a um processo entre emissor e receptor. 


Lá estão avaliados materiais sobre DST/Aids, produtos dirigidos ao trabalhador rural, a trajetória e a produção de vídeos do Núcleo de Tecnologia Educacional (Nutes) da UFRJ, olhares sobre as inserções da antropologia visual neste tipo de discussão, além de produções que abordam a saúde da mulher e as relações entre tecnologias da informação e comunicação e a formação de recursos humanos.


Na segunda parte, a obra relaciona alguns acervos de materiais educativos da área de saúde, valiosos depósitos de matéria-prima para o desenvolvimento e estímulo a novas pesquisas.  Caso do acervo do Laboratório de Educação em Ambiente e Saúde do Instituto Oswaldo Cruz, que reúne farto material educativo sobre DST/Aids e temas afins produzidos a partir da década de 1990. São 745 folders/folhetos, 334 manuais e 17 jogos desenvolvidos por diferentes grupos e instituições.  Ouro puro para os interessados em garimpar novas informações e produzir reflexões sobre área tão estratégica para as políticas de saúde.

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