Início do conteúdo

26/10/2010

Encontro de profissionais e familiares debate a importância dos cuidados paliativos

Marcelo Neves


A importância das relações humanas nos hospitais e o ato de cuidar estiveram em destaque na celebração do Dia Mundial dos Cuidados Paliativos, no Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz). A integração foi defendida tanto entre os profissionais de saúde quanto na relação com o paciente e sua família. O evento contou com a presença de profissionais das redes pública e privada de saúde, além de familiares e cuidadores de pacientes atendidos pelo Instituto.


 CPP do IFF: único na América Latina para não oncológicos

CPP do IFF: único na América Latina para não oncológicos


Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os cuidados paliativos consistem na abordagem para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e seus familiares, no enfrentamento de doenças que oferecem risco de vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento. Isto significa a identificação precoce e o tratamento da dor e outros sintomas de ordem física, psicossocial e espiritual. A equipe multiprofissional de Cuidados Paliativos Pediátricos (CPP) do IFF é a única na América Latina que atua em um ambiente para tratamento de pacientes crônicos não oncológicos.




Há 25 anos no IFF, profissional fala de sua experiência na UPG


Durante o evento, ficou claro o desafio que representa para muitos profissionais o envolvimento com pacientes pediátricos sem possibilidade de cura. “O profissional precisa ter consciência de suas limitações, e isso não significa incompetência técnica, são limitações humanas. O sistema é formado por pessoas, em todas as suas complexidades”, disse a terapeuta ocupacional do IFF Rosa Mitre. Já a chefe da Unidade de Pacientes Graves (UPG), Zina Almeida, foi um pouco mais incisiva. “O médico precisa ter um rosto”. Zina disse que o médico precisava ser preparado para o enfrentamento de situações que levam à morte e deveria estudar filosofia e sociologia. “Precisamos voltar ao tempo do estetoscópio”, resumiu Zina, ao defender o maior envolvimento com o paciente.


A descontração ficou por conta da participação do chefe do Departamento de Cirurgia Pediátrica, Paulo Boechat, que levou a plateia a sentimentos extremos, da gargalhada à emoção. Há 30 anos no IFF, Boechat usou exemplos particulares de sua vida para ilustrar a importância dos CPPs. “Aprendi mais com o meu filho no CTI do que cuidando dos filhos de outras pessoas. Senti o poder máximo de minha impotência”, lembrou o cirurgião, que também falou da mãe. “Acho que eu virei cirurgião de tanto ver a minha mãe cuidando dos doentes da família. E ela era intensivista”, brincou.


Estiveram presentes, ainda, o diretor do IFF, Carlos Maciel; a diretora da Amil, Odete Freitas; o vice-diretor de Assistência do IFF, Eduardo Novaes; o chefe do Departamento de Pediatria do IFF, Antonio Meirelles; a diretora do Centro de Estudos, Olga Bastos; o representante do CPP/IFF, Dante Pagnoncelli; o chefe da Unidade Intermediária (UI), José Carvalho; a enfermeira-chefe da UI, Lílian Cagliari; e a presidente da Associação Brasileira de Cuidados Paliativos, Ana Melo.


Publicado em 26/10/2010.

Voltar ao topo Voltar