Início do conteúdo

01/03/2010

Ensp/Fiocruz vai inaugurar Observatório de Saúde em município fluminense

Informe Ensp


Dando prosseguimento ao projeto de acompanhamento, monitoramento e análise da situação de saúde nos municípios envolvidos na implantação do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), a Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) vai inaugurar na próxima quarta-feira (3/3), às 9h30, o Observatório de Situação em Saúde, no município de Cachoeiras de Macacu. O objetivo é contribuir para a melhoria da organização do sistema de saúde local e para a capacitação dos profissionais do município, além de ampliar a relação com a sociedade civil. A inauguração ocorrerá na mesma ocasião da assinatura do convênio de cooperação entre a Escola e a prefeitura de Cachoeiras de Macacu.


 Imagem mostra como serão as instalações do Comperj (Foto: Agência Petrobras)

Imagem mostra como serão as instalações do Comperj (Foto: Agência Petrobras)


Para monitorar e analisar a situação de saúde nos municípios envolvidos na implantação do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), a Ensp realizou um diagnóstico e acompanhará os impactos que a construção do complexo poderá acarretar ao ambiente e à saúde da população local, e também como as tecnologias aplicadas na sua implantação podem contribuir para um ambiente saudável. Esse acompanhamento está sendo desenvolvido no âmbito do edital Cidades Saudáveis da Fiocruz.


A área que será acompanhada abrange 11 municípios - de Niterói a Casemiro de Abreu - no Estado do Rio de Janeiro. A Ensp fez o diagnóstico dos principais problemas nos três municípios diretamente afetados pela instalação do Complexo: Itaboraí, Cachoeiras de Macacu e Guapimirim. O levantamento trouxe importantes dados referentes à mortalidade. De acordo com a avaliação, a segunda causa de morte que mais traz preocupação são as ocorridas por causas externas, ficando atrás apenas da morte por doenças no aparelho circulatório - a maior incidência em todas as regiões metropolitanas do país. Um dos grandes desafios do projeto é assegurar que a implantação do Comperj não modifique os dados encontrados na região.


Outra preocupação está relacionada às doenças transmissíveis. O estudo mostrou que o sistema de informação de saúde nos municípios é fraco e as questões ambientais que aumentam os riscos são graves, especialmente o componente de saneamento básico, a situação da rede de esgotamento sanitário e os dejetos domiciliares e industriais.



O Comperj será construído numa área de 45 milhões de metros quadrados, localizada no município de Itaboraí. A previsão para o início da operação é 2012, e o Comperj tem o objetivo principal de aumentar a produção nacional de produtos petroquímicos com o processamento de cerca de 150 mil barris/dia de óleo pesado nacional. No auge da sua inauguração, estima-se que estarão envolvidos mais de 40 mil trabalhadores, além de seus familiares e as pessoas que migram na perspectiva de conseguir algum tipo de melhoria nas suas condições de vida. Isso amplia o processo de favelização, o risco de agravamento das questões de saneamento básico e o risco da exclusão social e da violência.


Na solenidade de assinatura do convênio serão entregues réplicas do prêmio Destaque Ensp 2009, recebido pelo coordenador-geral do Plano de Monitoramento Epidemiológico do Processo de Implantação do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), Luciano Toledo, aos prefeitos dos três municípios (Cachoeiras de Macacu, Guapimirim e Itaboraí) que fazem parte do projeto e aos componentes dos grupos de trabalho. Participarão da solenidade o prefeito de Cachoeiras de Macacu, Rafael Muzzi Miranda, o diretor da Escola, Antônio Ivo de Carvalho, e o  pesquisador Luciano Toledo, entre outros.


O Observatório de Situação em Saúde será inaugurado na sede da Secretaria de Saúde de Cachoeiras de Macacu. De acordo com Luciano Toledo, a inauguração é um momento marcante da história do monitoramento epidemiológico no Polo Petroquímico do Rio de Janeiro. Segundo ele, os resultados obtidos com o trabalho no município contribuirão também para o monitoramento dos impactos sobre a saúde, decorrentes da implementação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que está ocorrendo em todo o país, e de outros grandes projetos de infraestrutura, como hidrelétricas e rodovias.


Publicado em 26/2/2010.

Voltar ao topo Voltar