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08/05/2012

Especialistas da Unasul discutem como diplomacia pode ajudar a área da saúde

Edmilson Silva


As imbricações entre saúde e política externa dominarão a semana de debates da oficina Saúde Global e Diplomacia da Saúde, que começou nesta manhã e termina na próxima sexta-feira (11/5),  na sede do Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde (Isags), no Centro do Rio de Janeiro. O encontro reúne sanitaristas e especialistas em relações internacionais dos 12 países da União das Nações Sul-Americanas (Unasul). Coordenador do Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/Fiocruz), Paulo Buss disse, durante a abertura do encontro, que a sinergia entre a área da saúde e das relações exteriores só tem a colaborar para o progresso dos países da Unasul. “Não podemos trabalhar a questão da saúde como algo isolado. Tanto os profissionais da área de política externa têm como colaborar com a área da saúde, quanto os do setor saúde podem ajudar na consolidação dos assuntos relacionados à diplomacia de modo geral”, disse Buss.


 Buss: o objetivo do encontro é fortalecer e melhorar a governança da diplomacia na área da saúde ediscutir a situação da cooperação na América do Sul como um bloco de países e em cada país em particular

Buss: o objetivo do encontro é fortalecer e melhorar a governança da diplomacia na área da saúde ediscutir a situação da cooperação na América do Sul como um bloco de países e em cada país em particular





A visão de Buss reforça a opinião do consultor Henry Jouval, que representou o diretor-executivo do Isags, ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão, na abertura da oficina, e frisou que esta é a primeira vez que o instituto reúne duas categorias diferentes de pensamento para discutir a questão da saúde dos países. “A discussão conjunta pode fortalecer o posicionamento dos países na política externa, até porque a saúde é um campo de conhecimento pouco conflitivo”, observou Jouval.


Buss disse que o objetivo do encontro é fortalecer e melhorar a governança da diplomacia na área da saúde e também discutir a situação da cooperação internacional na América do Sul como um bloco de países e em cada país em particular. O formato da oficina foi explicado por Buss como um espaço em que “ninguém vai ensinar nada a ninguém, mas em que haverá troca de saberes”. “Aqui somos iguais. O que teremos é um acúmulo de conhecimento. Um encontro de artesãos com seus saberes e práticas distintas”, observou o sanitarista, um dos idealizadores do Isags e ex-presidente da Fiocruz.


Secretário-técnico da Presidência Pro-Tempore do Conselho Sul-Americano de Saúde, César Cabral, fez questão de reconhecer o trabalho que o Isags vem realizando, antes mesmo de completar um ano de inaugurado, e saudou o fato de já ter sido assinado o acordo-sede para que o Instituto tenha sede permanente no Brasil. A assinatura do documento foi feita no final do mês de abril, durante reunião do Conselho Sul-Americano de Saúde, em Assunção, capital paraguaia.


A formalização do Isags também foi saudada pelo chefe de Gabinete da Secretaria-Geral da Unasul, Fausto López. Ele disse estar honrado em participar do encontro e destacou o fato de o Isags ter o que classificou como “dinâmica exemplar”, por ter realizado, no período de dez meses, sete oficinas com objetivos que se alinham aos do Conselho Sul-Americano de Saúde. A oficina reúne profissionais dos ministérios da Saúde e de Relações Exteriores dos países da Unasul e representantes das principais organizações voltadas para a cooperação sul-americana. O encontro está sendo transmitido via internet, pela página do Isags, em português, espanhol e inglês, as três línguas oficiais do instituto.


Publicado em 7/5/2012.

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