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11/01/2008

Especialistas de universidades e da Fiocruz se reúnem para discutir a febre amarela


O Ministério da Saúde (MS) promoveu nesta quinta-feira (10/1) mais uma reunião de acompanhamento da situação da febre amarela. Participaram da reunião especialistas das universidades federais de Mato Grosso (UFMT), de São Paulo (Unifesp) e da Bahia (UFBA),  da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e de quatro unidades da Fiocruz: o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Biomanguinhos), o Instituto Evandro Chagas (Ipec), a Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp) e o Instituto Oswaldo Cruz (IOC). Por unanimidade, todos descartaram que esteja ocorrendo uma epidemia urbana da doença. A febre amarela urbana não ocorre desde 1942.


 Produção da vacina contra a febre amarela em Biomanguinhos (Foto: Rogério Reis)

Produção da vacina contra a febre amarela em Biomanguinhos (Foto: Rogério Reis)


Os especialistas examinaram as informações sobre casos de suspeita de febre amarela silvestre entre humanos. De dezembro do ano passado até o momento, o MS recebeu 12 notificações de secretarias de Saúde de Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Distrito Federal. Apesar da ocorrência de cinco óbitos, só um caso, o de Brasília, está confirmado como febre amarela silvestre. Outros três casos foram descartados: um em Goiás, outro em Minas Gerais e um em São Paulo. No caso da morte do empresário Almir Rodrigues Cunha de Maringá (PR), ocorrido nesta quarta-feira (9/1), o ministério foi informado pelo secretário de Saúde do Paraná que há suspeita de que a morte tenha sido em decorrência de leptospirose, dengue hemorágica, hantavirose e, por último, febre amarela.


De dezembro até agora foram vacinadas aproximadamente 592 mil pessoas em Goiás (dados preliminares) e 559 mil pessoas no Distrito Federal. Para isso o Programa Nacional de Imunizações (PNI) já disponibilizou três milhões doses da vacina para ambos os estados nos meses de dezembro passado e neste janeiro.


A febre amarela silvestre circula em áreas de mata, floresta ou cerrado das regiões Norte e Centro-Oeste e os estados do Maranhão e de Minas Gerais. Essas são áreas consideradas de risco. Além delas, há as regiões de transição (oeste dos estados da Bahia, Piauí, São Paulo, Paraná e Santa Catarina) e a de potencial risco (sul da Bahia e norte do Espírito Santo). A intensificação da vacinação contra a febre amarela é recomendada para todas as pessoas, acima de seis meses de idade, não vacinadas e as que foram vacinadas há dez anos ou mais que residam ou estejam em viagem para essas regiões.


Desde 1999 o Ministério da Saúde acompanha a morte de macacos nas matas, florestas e cerrado como forma de alerta para possível disseminação de febre amarela em humanos. De abril de 2007 até o momento o sistema identificou a intensificação na ocorrência de mortes de PNH em estados considerados de risco para circulação do vírus da febre amarela. Neste período foram notificados episódios de morte de macacos em 136 municípios de nove estados: Goiás, Tocantins, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Piauí, Distrito Federal e Rio Grande do Norte, tendo havido confirmação laboratorial para febre amarela apenas em Goiás, até o momento. Desse total, é importante ressaltar que apenas quatro episódios de mortes de macacos foram confirmados como sendo causadas pelo vírus da febre amarela nos municípios de Aparecida de Goiânia (duas localidades), Goiânia e Jataí.


Ficou ainda decidido na reunião dos especialistas que, superados os episódios em humanos, a área técnica vai investigar porque neste ano está ocorrendo um maior número de mortes em macacos. Nos meses de dezembro de 2007 e janeiro de 2008 houve um aumento significativo das notificações de mortes de macacos em Goiás, com a inclusão de 37 novos municípios em relação aos meses anteriores, alguns deles situados em áreas com grande fluxo de turismo nacional e internacional, como Caldas Novas, Rio Quente e Pirenópolis. No mesmo período foram registradas também mortes de macacos em 24 localidades do Distrito Federal e em seis municípios de Minas Gerais.


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