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11/05/2011

Especialistas debatem ações de vigilância no período sazonal de gripe

Renata Fontoura


Especialistas do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) estiveram reunidos no campus de Manguinhos com representantes da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, do Instituto Adolpho Lutz (São Paulo) e do Instituto Evandro Chagas (Pará), instituições de referência na área, para debater aspectos relacionados às questões de vigilância epidemiológica e virológica da influenza. O encontro foi uma preparação para o período sazonal da doença no Brasil, que se inicia nos meses mais frios do ano, em varias regiões brasileiras. Avanços como a disponibilização do tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a maior capacidade laboratorial para monitoramento dos vírus que circulam no país e a ampliação da faixa etária para a vacina foram reforçados.


 Segundo os especialistas, uma nova fase da vigilância se inicia. Hoje há como definir uma ação preventiva, realizar a predição de risco e intervir para reduzir a mortalidade e as complicações severas decorrentes da doença. Foto: Gutemberg Brito 

Segundo os especialistas, uma nova fase da vigilância se inicia. Hoje há como definir uma ação preventiva, realizar a predição de risco e intervir para reduzir a mortalidade e as complicações severas decorrentes da doença. Foto: Gutemberg Brito 


“Após a pandemia de influenza em 2009, houve mudanças. Neste momento, estamos revendo quais serão as estratégias para que possamos melhorar ainda mais a vigilância da influenza no país. Esta é uma ação periódica. Trabalhamos no monitoramento das cepas que circulam no Brasil para que estas informações sejam repassadas à Organização Mundial de Saúde, que, em setembro, reúne um comitê para analisar quais as cepas que circulam no hemisfério Sul. As cepas predominantes serão indicadas para compor a vacina do próximo ano”, explica a chefe do Laboratório de Vírus Respiratório e Sarampo do IOC, Marilda Siqueira, anfitriã do encontro. O Laboratório atua como referência nacional em influenza junto ao Ministério da Saúde. 


Para o coordenador geral de doenças transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde, José Ricardo Marins, os avanços na área de vigilância, tratamento e prevenção são um legado positivo da pandemia que assolou o mundo recentemente. “Retomamos a vigilância em influenza enquanto uma doença de importância para a saúde pública. Tínhamos um comportamento que subestimava esta importância, valorizada somente em momentos em que surgiam vírus novos, desconhecidos, que poderiam causar internações e aumentar a taxa de mortalidade”, pontua.


Segundo o especialista, não havia condições adequadas para investigar a presença da influenza como agente causador de mortes ou complicações. “O grande ganho para o próximo ano foi a disponibilização do tratamento no SUS e o aumento da capacidade laboratorial em diagnóstico. Hoje, toda a rede pública disponibiliza o medicamento e conta com laboratórios que realizam a detecção do vírus e, em casos indicados, o recolhimento da amostra. Começamos a desenhar uma nova fase da vigilância, já que temos como definir uma ação preventiva, realizar a predição de risco e intervir com o objetivo de reduzir a mortalidade e as complicações severas decorrentes da doença”, comemora Marins.


Ele ressalta que a parceria com os laboratórios de referência também é fator determinante nas conquistas na área. “O trabalho com os laboratórios de referência é essencial porque são eles que nos fornecem as respostas que precisamos. Sem saber quais os vírus que circulam, como se comportam e se há resistência aos medicamentos, não é possível direcionar nossas estratégias”, conclui o representante do Ministério da Saúde.



Publicado em 11/5/2011.

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