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13/11/2007

Estilos de vida não saudáveis levam goianienses a sofrer com excesso de peso

Renata Moehlecke


Um estudo desenvolvido por pesquisadores da Faculdade de Nutrição e da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás e da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo demonstrou que 41,9% dos homens e 43% das mulheres de Goiânia apresentam sérios problemas de excesso de peso ligados a hábitos prejudiciais à saúde. Os números encontrados para a obesidade também foram considerados altos pelos autores da pesquisa: 10,7%, para homens, e 13,8%, entre as mulheres. A pesquisa foi publicada na edição de novembro do periódico Cadernos de Saúde Pública da Fiocruz.


 O excesso de peso é um fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Segundo o estudo, 40,6% dos adultos no país sofrem do problema (Arte: Pela Saúde)

O excesso de peso é um fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Segundo o estudo, 40,6% dos adultos no país sofrem do problema (Arte: Pela Saúde)


As percentagens expõem altas incidências de fumo (27,7% para os homens e 19% para as mulheres), de consumo de álcool (60,3%, homens e 37,9%, mulheres) e de sedentarismo (50,7% e 71,1%, respectivamente) durante o tempo dedicado ao lazer. Os resultados também mostraram que, para os homens, o aumento da idade, da renda e do consumo de carnes influenciam positivamente a elevação do peso e, conseqüentemente, do IMC. Já a atividade física realizada no lazer e no deslocamento para o trabalho, assim como o hábito de fazer mais ou exatamente quatro refeições por dia, apresentou associações negativas em relação ao aumento de massa corporal. Quanto às mulheres, a elevação do IMC se encontrou igualmente relacionada com o aumento de idade e consumo de carnes, mas também com o abandono do tabagismo e com mais tempo dedicado a programas de TV (em média, seis horas por dia).


A investigação teve como base entrevistas com 1.252 moradores de Goiânia, sendo 65% mulheres e 35% homens com idade entre 20 e 65 anos. Os domicílios foram selecionados sistemática e aleatoriamente a partir de 115 censos demográficos feitos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e que foram usados na Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (PNAD) de 1998. A análise, que abordava um único indivíduo em cada casa visitada, coletou informações sobre variáveis sócio-demográficas, estilo de vida, atividade física, comportamento alimentar e os associou a dados sobre índices de massa corporal (IMC).


Um estilo de vida ativo, ingestão de mais cereais e menos carnes, promoveram maior proteção contra a elevação do IMC nos indivíduos abordados pela pesquisa, afirmam os pesquisadores no artigo. Eles também alertam que o excesso de peso é um fator de risco que auxilia o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e que “políticas públicas mais agressivas são necessárias para mudar essa forte tendência nacional no Brasil”. Segundo o estudo, 40,6% dos adultos no país sofrem do problema (de acordo com dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares de 2002 / 2003). Conforme informações do Estudo Nacional de Despesa Familiar (Endef), também apresentadas na pesquisa, em 30 anos, a percentagem de obesos quase dobrou de 5,7% a 10,9%.

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